Uma gravação com a duração de 1 hora e 35 minutos, detalha como o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira, 25, ofereceu ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, R$ 50 mil mensais, para que o mesmo não fechasse o acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Na conversa que aconteceu no dia 4 de novembro em um quarto do hotel Royal Tulip, em Brasília, o senador petista propôs ainda, ao filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, que, se o ex-diretor realmente optasse por um acordo com os procuradores da República, ele não o citasse.
A gravação embasou a prisão de Delcídio, pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. O parlamentar petista é acusado pela PGR de estar atrapalhando as investigações.
A gravação foi feita em um celular de Bernardo. Além de Delcídio e do filho de Cerveró, também participou do encontro o advogado Edson Ribeiro, que era responsável pela defesa de Cerveró na Lava Jato.
No dia 19, a Procuradoria Geral da República recebeu o áudio com a íntegra da conversa por meio de uma advogada de Bernardo, que atuou no acordo com o Ministério Público.
No dia seguinte, Nestor Cerveró e o filho prestaram depoimento, separadamente, aos procuradores da República. Os depoimentos ajudaram na conclusão do pedido de prisão do senador do PT, do banqueiro, do advogado Edson Ribeiro e do chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira.