Mildreles Dias Ferreira, conhecida como Mãe Dede de Iansã, de 90 anos, morreu na madrugada da última segunda-feira (1), após sofrer um infarto. De acordo com informações de amigos e pessoas ligadas à líder religiosa e fundadora do terreiro Oyá Denã, localizado na comunidade de Areias, Mãe Dede passou mal, após atos de intolerância religiosa.

Mãe Dede de Iansã era considerada a ialorixá mais antiga de Camaçari
Mãe Dede de Iansã era considerada a ialorixá mais antiga de Camaçari

Segundo o coordenador de Promoção da Igualdade Racial de Camaçari, João Borges, há pelo menos três meses recebeu diversas denúncias a respeito de ações caluniosas e ofensivas, contra a sacerdotisa. “Há aproximadamente um ano, uma igreja evangélica se instalou em frente ao terreiro e iniciou os ataques à Mãe Dede e familiares. Na noite da morte, os parentes informaram que os fiéis da igreja resolveram realizar um culto religioso praticamente na calçada do terreiro, demonizando os orixás”, explicou.

O coordenador João Borges disse ainda que familiares acreditam que o acúmulo de insultos pode ter provocado o mal estar e, consequentemente, o infarto que resultou na morte da ialorixá. “Tenho toda a documentação das denúncias, inclusive uma ocorrência registrada na 26ª Delegacia Territorial de Vila de Abrantes. Situação mais do que clara de perseguição, exemplo de desrespeito e intolerância religiosa”, afirmou.

Na tarde desta terça-feira (2), familiares de Mãe Dede, considerada a ialórixá mais antiga do município, se dirigiram à 18ª Delegacia Territorial de Camaçari, no intuito de registrar o ocorrido. O andamento do caso será acompanhado pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), que lamentou oficialmente a morte de Mãe Dede, na página do órgão, no Facebook.

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