A presidente Dilma Rousseff convidou os 27 governadores, aí incluídos os da oposição, para tentar trabalhar um “pacto pela governabilidade”. A reunião será na próxima quinta-feira. Dilma decidiu chamá-los por conta da grave crise política e econômica que o País enfrenta. O objetivo principal é tentar pedir ajuda aos governadores de todos os partidos para que atuem junto às suas bancadas no Congresso, no início do segundo semestre, com objetivo de aprovar as medidas pendentes do ajuste fiscal, a repatriação de recursos e outras medidas que poderiam ter impacto na melhoria das contas públicas.

Embora não admita publicamente, o movimento, na prática, passa pela tentativa de isolar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se declarou inimigo número um do Planalto e das medidas que o governo quer ver aprovadas. Alguns dos governadores ligados a Dilma defendem que, da reunião, possa sair também um apoio político à presidente, em contrapartida ao movimento de oposicionistas que querem o seu afastamento do governo.

 

‘Fantasia’. A tese do diálogo, no entanto, não encontra respaldo entre muitos chefes de Executivo estadual. Um dos governadores consultados pelo Estado, que preferiu falar sem ser identificado, disse que a proposta “não encontrará apoio entre muitos governadores porque as posições são muito heterogêneas”. “É uma fantasia”, classificou, ressaltando, no entanto, que considera viável que se discutam pontos de convergência de interesses dos estados e do Planalto com os governadores. Há assuntos, por exemplo, como a reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que interessam a alguns, mas que são contestados por outros, que são beneficiados hoje pela guerra fiscal.

“Precisamos de responsabilidade, serenidade e compreensão de todos”, disse um interlocutor direto da presidente, ao comentar que a iniciativa da reunião certamente ajudará a melhorar o clima no país e a desanuviar a crise política. Esse auxiliar direto lembra que a ajuda dos governadores neste momento é “fundamental” e ela é benéfica não só para o Planalto, mas para eles também. O governo federal lembra que grande parte das obras que puderam ser realizadas nos Estados foram possíveis por causa da ajuda financeira do Executivo federal. Da mesma forma, os financiamentos externos que os governadores pediram precisaram de aval federal. Agora, então, seria a hora de todos se juntarem para tirar o País da crise. A mobilização dos governadores junto às suas bases para garantir a aprovação de medidas de impacto econômico no Congresso vai ser o principal apelo que a presidente fará. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.*Estadão Conteúdo.

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