Foto: Divulgação
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O deputado federal Sérgio Brito (PSD-BA) foi ouvido nesta segunda-feira (25) pela Justiça federal em Salvador como testemunha no processo em que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB) é acusado de receber propina no aluguel de navios-sonda pela Petrobras.
Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, o deputado baiano teria, a pedido de Cunha, assinado em 2011 dois requerimentos que pediam informações sobre auditorias em contratos da Petrobras com a Mitsui, empresa responsável pelo aluguel do navio-sonda. A denúncia é baseada na delação premiada do doleiro Alberto Youssef.
No depoimento, o deputado baiano negou ser aliado de Cunha e afirmou ter um histórico de desavenças e disputas com o ex-presidente da Câmara.
Disse que enfrentou oposição de Cunha na disputa pela comissão de Fiscalização e Controle da Câmara e que também apoiou o deputado José Carlos Araújo (PR-BA), notório adversário do peemedebista para comandar o Conselho de Ética.
Brito foi membro titular do Conselho de Ética até fevereiro deste ano e teve atuação pró-Cunha durante a tramitação do pedido de cassação do então presidente da Câmara.
Em novembro, pediu vista do processo contra Cunha, adiando a votação da admissibilidade. No mês seguinte, pediu adiamento da análise do relatório do deputado Fausto Pinato (PP-SP), então relator do processo contra o peemedebista.
Em fevereiro deste ano, Sérgio Brito pediu afastamento do Conselho de Ética “por motivos de saúde,”, abrindo espaço o deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que era declaradamente a favor de Cunha.
REQUERIMENTOS – No depoimento, o deputado baiano negou ter agido em conluio com Cunha no prosseguimento dos requerimentos que serviram para pressionar a Mitsui a manter o esquema de propinas que teria com um dos beneficiários o ex-presidente da Câmara.
Um dos requerimentos pedia ao TCU informações sobre auditorias em contratos da Mitsui com a Petrobras. O outro pedia ao Ministro de Minas e Energia, informações e cópia do todos os contratos, aditivos e respectivos processos licitatórios, envolvendo o Grupo Mitsui e a Petrobras.
À Folha de S.Paulo, Brito afirmou ter assinado os dois requerimentos feitos pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) e deu prosseguimento a ambos na condição de presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.
“Foi uma mera formalidade. Eu era presidente da Comissão e assinei o requerimento para dar seguimento a ele. Não cabia a mim arquivar”, afirmou.
O deputado Sérgio Brito ainda disse no depoimento não conhecer a Mitsui ou o seu executivo Júlio Camargo, que representava a empresa Samsung -uma das sócias do navio-sonda alugado à Petrobras.
A Folha de S.Paulo apurou que o advogado de Cunha tentou suspender o depoimento de Brito, alegando que o deputado poderia se autoincriminar caso fosse ouvido. O pedido foi considerado improcedente pelo juiz.
Por: FolhaPress
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