Foto: Henrique Mendes

A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Salvador contabilizou 60 carros roubados no primeiro dia de greve da Polícia Militar. Segundo o delegado titular da unidade, Marcos César Silva, essa quantidade foi registrada entre terça (15) e quarta-feira (16), e representa um número três vezes maior do que o registrado em um dia comum. "Isso aqui está um inferno na terra. O movimento triplicou", afirma o Marcos César.

A paralisação da PM começou na terça-feira. Em assembleia na noite de quarta, as asssociações decidiram manter a greve. Por meio de nota, o Governo da Bahia afirmou que as reivindicações das associações de policiais militares grevistas "ultrapassam o limite orçamentário do Estado".

A Delegacia de Furtos e Roubos e Veículos, que fica na região do Iguatemi, está lotada desde as 8h da manhã desta quinta-feira (17). De acordo com o delegado, a maioria dos casos foi registrado nesta quinta por causa da paralisação de 24 horas da Polícia Civil, que ocorreu entre as 8h de quarta-feira até as 8h desta quinta-feira e, por esse motivo, nenhum caso de roubo ou furto de carro foi registrado na delegacia.

"A situação é anômala e a quantidade de registro nesses dois dias de greve triplicou", disse Marcos César. Entre a noite de quarta-feira e a madrugada desta quinta-feira, o número de veículos roubados e furtados ainda não foi contabilizado pela delegacia por causa do grande fluxo de pessoas na unidade.

Apesar da paralisação da Polícia Civil, sete prisões em flagrante e 20 pessoas foram conduzidas para delegacias na quarta-feira.

Reforço na segurança

As tropas do Exército iniciaram ações de patrulhamento em Salvadorna quarta-feira com 350 agentes. A segurança do estado vai ser reforçada com efetivo militar enquanto permanecer a situação de greve.

Ao todo, foram destinados 8 mil militares, 150 viaturas e aeronaves da FAB e do Exército durante a "Operação Bahia II", que acontece nas principais cidades do estado. Além do Exército, 85 viaturas, com 202 policiais da corporação, estão em atividade.

Impasse

O governo afirmou que as reivindicações das associações de policiais grevistas "ultrapassam o limite orçamentário do Estado".

O reajuste nas Condições Especiais de Trabalho (CET) é o principal ponto de divergência entre policiais grevistas e governo do estado, que tentam negociar a finalização do movimento iniciado na Bahia, há um dia, nesta quarta-feira (16), segundo informa Marco Prisco, vereador filiado pelo PSDB que lidera o movimento.

"A questão remuneratória o governo não avançou. Queremos 90% para motorista e 80% para os policiais. Pode ter uma variação nisso sim. Agora é com o governo", diz. Prisco participa de nova reunião, na noite desta quarta-feira, com deputados estaduais, na Assembleia Legislativa e, em seguida, aconcete um encontro com o governador Jaques Wagner, na sede da Governadoria. O líder grevista informa que a categoria está aberta para acordo ainda nesta noite.

O governo explica que a CET é uma gratificação que atualmente vigora para oficiais e que os grevistas pedem que se estenda a todos do efetivo policial, informa o diretor de comunicação da PM, Gilson Santiago, que responde pelo governo. "Eles querem também que todo o reajuste que seja concedido aos policiais também seja concedido aos policiais inativos", explica. G1