O abandono no qual se encontra o Colégio Municipal Padre Luiz Palmeira, localizado na cidade de Simões Filho, voltou a ser assunto na Câmara Municipal, durante sessão realizada na manhã desta terça-feira (18). Vereadores relataram que estiveram na unidade escolar e constataram o que o portal BAHIA NO AR vem denunciando desde o ano passado: faltam carteiras e o patrimônio está completamente depredado.

Apesar de o assunto ter sido abordado pelos edis, toda a discussão se resumiu em apenas apontar os próprios alunos como culpados pela depredação do patrimônio. O debate se estendeu ainda em provar formação acadêmica da diretora da unidade escolar em pedagogia, por conta de uma polêmica gerada ao ser ventilado nas redes sociais que a gestora não tinha preparação para assumir o cargo e que a mesma ocupa a direção por indicação política.

Diante do passa ou repassa dos problemas, o único fato é tudo ficou apenas no debate entre culpados e inocentes. A oposição até que tentou, mas acabou caindo na mesmice de jogar nas mãos da situação a batata quente, sem argumentos contundentes, que pudessem levar à solução dos problemas. Estranhamente, a criação de uma comissão para apurar as denúncias, apesar de já constatada por alguns edis, e sugerida pelo vereador de oposição Genivaldo Lima (PROS), foi rejeitada por vereadores do governo.

E enquanto isso, a realidade dos alunos permanece incerta. Eles alegam sentar no chão para assistir às aulas e não tem resposta quanto à previsão para a chegada dos novos equipamentos. A reforma estrutural da unidade escolar é outra incógnita. No local, todas as pias dos banheiros estão quebradas, entre outros comprometimentos.

Há quatro meses o Portal Bahia no Ar publicou uma matéria sobre o descaso com a escola Padre Luiz Palmeira, reforçando as denúncias dos alunos, divulgadas no Facebook. Na ocasião, a assessoria de comunicação da prefeitura, numa tentativa de maquiar o problema, enviou uma nota à nossa redação alegando que a foto do aluno sentado no chão, publicada na rede social, foi tirada numa atividade dinâmica proposta por uma educadora e que na unidade escolar havia carteiras suficientes para atender os alunos. Mas ao anexar fotos das salas de aula com carteiras, acabou nos enviando uma foto que demonstra um cenário assustador, com diversas carteiras quebradas amontoadas num local onde os alunos deveriam estar praticando esportes.

Foto enviada pela assessoria de comunicação da prefeitura à nossa redação, quando em nota tentava argumentar que existe carteiras para atender à todos os alunos na unidade escolar

Opinião de Roque Santos

A pergunta que fica ar é a seguinte: Porque os vereadores, que são eleitos para representar o povo, se preocupam mais em defender o governo e seus interesses votando contra a criação de uma comissão para apurar as denuncias, que já foram constatadas por alguns edis?

Outro questionamento que provavelmente ficará sem resposta. Quem é a secretária de fato, Vera Buri- afastada logo após as investigações da polícia federal – ou Verônica Anatólio?

O vereador tem que saber que foi eleito para representar o povo e deve cobrar do prefeito Eduardo Alencar como está sendo gasto o dinheiro da educação. Caso contrário, os nobres edis também devem ser responsabilizados.