O advogado Guilherme Rodrigues Abrão, que iria defender a torcedora do Grêmio flagrada gritando “macaco” para o goleiro Aranha, dos Santos, desistiu de advogar por Patrícia Moreira, 22 anos. A família da jovem disse que Abrão informou que não poderia ficar com o caso.

"Não falo mais do caso da Patrícia, que tenho certeza que será bem defendida por outro profissional. Não fechamos a contratação. Não vou ser o advogado dela. Prestei esse auxílio inicial. Fui consultado, mas daqui para frente a família vai buscar um novo advogado. Não fui procurado por ninguém do Grêmio sobre isso. Foi uma razão profissional", disse o advogado ao G1. Ele, que é conselheiro do Grêmio, ainda negou ter sofrido pressão para abandonar o caso de Patrícia.

Antes de desistir de defender a gremista, Abrão foi porta-voz do arrependimento que a jovem afirmou sentir. Segundo ele, a casa de Patrícia foi apedrejada e ela sofreu ameaças. "Ela me relatou que sofreu ameaças, que vizinhos apedrejaram a casa e está preocupada com a própria segurança. Qualquer medida vai ser tomada após a apresentação dela na delegacia e prestar depoimento. Depois ela vai estudar o que vai fazer sobre isso. Ela recebeu ameaças na internet e foi xingada em programas da imprensa", afirmou.

Ainda de acordo com o advogado, quando ainda defendia a torcedora, Patrícia não é racista e só agiu pela emoção do momento. "É uma menina nova. Foi flagrada, cometeu uma infelicidade, quer se desculpar. Infelizmente, no futebol, a gente sabe que às vezes prevalece mais a paixão que a razão e ela escolheu um julgamento errado".

Por Emile Lira