Um protesto contra a agressão sofrida pela atriz Roberta Nascimento, por um segurança do Teatro Acbeu, sexta-feira, parou o Corredor da Vitória na tarde destaq segunda-feira, 4.

Roberta estava com a namorada, Talita Andrade, em um evento na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos (Acbeu), quando, segundo denunciou, foi covardemente agredida por um segurança da casa.

Ela levou um soco no olho, está bastante machucada e não conseguiu participar do protesto. "A Roberta está em casa, muito fragilizada. Levar o murro de homem não é uma coisa simples. Logo ela, que luta contra isso dentro da arte", contou Talita.

Instituição – Sérgio Gouveia, diretor da Acbeu, disse, ontem, que o segurança já foi afastado e que a instituição, que "repudia o ato", está colaborando com as investigações. Imagens do circuito interno de TV serão entregues, segundo Gouveia, à polícia. O caso é investigado pela 14ª DT (Barra).

Mesmo com um grupo pequeno, os manifestantes chamaram a atenção de quem passava pelo local. "Poucos protestos da nossa causa mobilizaram tanto a imprensa como hoje [ontem]", ressaltou o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luiz Mott, para as manifestantes.

Militância – Integrantes do irreverente grupo feminista Marcha das Vadias levaram cartazes e faixas exigindo punição ao agressor, que não teve o nome revelado. "Não tem condições de a gente achar normal uma mulher ser agredida. Qualquer violência contra a mulher é inadmissível", bradava Sandra Munhoz, uma das representantes da marcha.

Os manifestantes fecharam o trânsito na Vitória, às 17h, e saíram em caminhada para o Campo Grande.

Além de protestar, Mott disse que foi prestar solidariedade: "Nós nos solidarizamos com ela, viemos dar apoio. A gente vê que tem mais imprensa aqui do que manifestantes, porque tem muita gente que não saiu ainda do armário. É preciso que as pessoas saiam e gritem contra o preconceito".

Ele lembrou que 29 lésbicas foram mortas em 2012 e que o Brasil é um dos países com mais mortes de homossexuais no mundo. E que "é preciso uma investigação séria para confirmar se há caráter lesbofóbico. Há relatos de que teria havido agressões mútuas. As imagens das câmeras devem esclarecer isso". Fonte: A Tarde