Para chegar à conclusão, foram analisadas 2.651 mulheres do Women's Healthy Eating and Living Dietary Intervention Trial, uma amostragem que envolveu algo em torno de 3.088 sobreviventes do câncer de mama. Os pesquisadores estudaram a recorrência desse tipo de câncer e seguiu os participantes do estudo por, em média, sete anos. As informações coletadas dos participantes incluíam a ingestão deste macronutriente durante 24 horas ao dia, ano a ano: em uma entrevista anual por telefone, os participantes relataram tudo o que comeram nas últimas 24 horas.

No início do estudo, a ingestão de carboidratos foi de 233 gramas por dia. Os resultados mostraram que as mulheres que tiveram um retorno do câncer tiveram um aumento de 2,3g no consumo diário do macronutriente durante o primeiro ano, enquanto aquelas que não tiveram recorrência do câncer diminuíram o consumo diário em 2,7g no mesmo período.

A relação foi mais intensa com os amidos – carboidratos encontrados em massas e pães, por exemplo. As alterações na ingestão de amido representaram 48% da variação na ingestão de carboidratos. Ao agrupar a ingestão desse nutriente de acordo com o grau de mudança, descobriu-se que a taxa de mais um evento de câncer de mama foi de 9,7% entre as mulheres que diminuiram a ingestão desses alimentos, em comparação com uma taxa de 14,2% de recorrência naquelas cujo consumo de amido aumentou em um ano.

Os pesquisadores perceberam, também, que essas descobertas se limitam a mulheres com menor grau de tumores. Esses resultados indicam a necessidade de mais pesquisas sobre as recomendações dietéticas que consideram limitar o consumo de carboidratos entre as mulheres com câncer de mama.
Exercício físico beneficia mulher que já teve câncer de mama

Além de uma alimentação adequada, quem já sofreu com o câncer de mama pode se beneficiar da atividade física. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que fazer atividades físicas poderia piorar o quadro de saúde de pessoas que sobreviveram ao câncer de mama, mas desenvolveram linfedema, que é um inchaço crônico que costuma aparecer após o tratamento. Entretanto, um estudo publicado no Journal of Cancer Survivorship descobriu que os benefícios da prática de exercícios nesses casos superam os riscos aos quais as pacientes são expostos. A análise foi liderada por pesquisadores da University of Missouri, nos Estados Unidos.

Para a pesquisa, foram avaliados mais de mil artigos e revisados 19 estudos anteriores. Destes, sete abordavam a prática de exercícios de resistência, outros sete, exercícios aeróbicos e os cinco restantes outras formas de exercício.

Os resultados mostraram que a prática lenta e progressiva de exercícios de diferentes modalidades pode ser realizada de forma segura sob supervisão e não está associada ao desenvolvimento ou ao aumento do linfedema decorrente do câncer de mama.

Segundo os especialistas, o sedentarismo oferece mais riscos à saúde do que a prática de exercícios, mesmo em pessoas que se recuperaram da doença. Treinar regularmente pode até diminuir a chance de recorrência do câncer.