Parece que o imbróglio envolvendo a Prefeitura e os comerciantes que habitam a Praça Cairu, em frente ao Mercado Modelo, finalmente foi resolvido. Em contato com o iBahia, o diretor do Sindicato dos Ambulantes de Salvador e RMS, Marcos Luis Almeida, mais conhecido como "Cazuza", revelou que a categoria vai sair do local a partir da próxima semana e se dividirão entre a avenida Sete de Setembro, o Comércio e o Bonfim.

"Houve uma solução para o problema. Uma parte vai para a avenida Sete, uma outra parte vai para o Comércio, na área do Plano Inclinado e o outro grupo preferiu ir para o Bonfim. Vamos sair aos poucos. A secretaria não deu um prazo final para a desocupação, mas todo mundo já disse que vai sair. A questão dos ambulantes foi resolvida", disse.

No entanto, apesar de também terem resolvido a situação, os artesãos, que são maioria no local e vêem a Praça como o melhor local para realizar suas atividades, devido ao grande número de turistas que circulam por ali, não ficaram nem um pouco satisfeitos com a mudança. Em entrevista ao iBahia, o coordenador geral da Associação dos Artesãos da Bahia (Adaba), João Durães, disse que embora a saída seja inevitável, por ser uma determinação da Prefeitura, os locais oferecidos pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) não atendem às necessidades da classe.

"O produto do artesão é voltado para o turista e não para os moradores de Salvador. O Bonfim não tem fluxo de pessoas, nem de turistas", reclamou.

Durães alega que os artesãos não estão recebendo o apoio da Prefeitura e, por conta disso, estão sendo obrigados a estudar até mesmo o custeamento, com recursos próprios, do aluguel de uma loja dentro do Mercado Modelo, visto o início do verão, período de alta estçaão e de grande lucro para os comerciantes.

"A prefeitura não está ajudando os artesãos em nada. A Adaba que está buscando um lugar para colocar os artesãos. Se colocarmos eles na avenida Sete ou no Bonfim, eles vão morrer de fome. Nosso principal foco é o turista e nesses locais tem muito pouco ou nenhum. A Semop não ofereceu nenhum espaço que fosse condizente com a situação dos artesãos. Não oferecem a mínima condição para que os artesãos realizem suas atividades", desabafou.

Ainda assim, a categoria irá sair do local na próxima semana. "Os artesãos vão sair porque, de qualquer maneira, a Prefeitura está intervindo. Não tem como ficar lá. Não temos um prazo determinado, mas acredito que nesta próxima semana, aos poucos, eles vão saindo", avisou.

*iBahia.