Momentos antes de a bola rolar, os jogadores que foram atuar no clássico Ba-Vi irão se unir mais uma vez em prol de uma causa que vai além do futebol. No lugar dos tradicionais uniformes tricolores e rubro-negros, os titulares da partida entrarão em campo com camisetas contra o racismo.

A camisa será amarela e terá os seguintes dizeres: “Branco& Azul& Vermelho& Preto. #somostodasascores”. A iniciativa de protestar contra o racismo surgiu após fatos recentes de preconceito dentro das quatro linhas. Só este ano, quatro casos de preconceito ganharam visibilidade nacional.

Haverá ainda a exibição de um material contra o racismo nos telões da Arena Fonte Nova e campanhas nas redes sociais do estádio. Além disso, todos os funcionários do estádio que forem trabalhar no clássico deixarão os tradicionais uniformes de lado e usarão camisetas de cor cinza, fazendo alusão à mistura das cores preto e branco.

Em fevereiro, o volante do Cruzeiro Tinga foi alvo de xingamentos racistas em um jogo da Copa Libertadores, em Huancayo, no Peru. No mês seguinte, Arouca, volante do Santos, foi vítima de racismo durante jogo contra o Mogi Mirim, pelo Campeonato Paulista. Nos dois casos, torcedores chamaram os atletas de macaco e fizeram gestos imitando o animal.

Ainda em março, mais dois casos de preconceito envolvendo brasileiros foram registrados. O árbitro Márcio Chagas da Silva, além de ouvir ofensas e xingamentos racistas, encontrou bananas em seu carro, logo após a partida entre Esportivo x Veranópolis, pelo Campeonato Gaúcho. O caso ocorreu no Estádio Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul.

Além deste caso, as meninas que atuam pelo futebol feminino do São Francisco foram alvo de preconceito contra nordestinos. Em jogo das quartas de final da Copa do Brasil de futebol feminino, diante da Ferroviária, elas foram ofendidas pelo fato de terem vindo da região Nordeste.

Na época, o técnico da equipe relatou o ocorrido. “Um grupo de mais ou menos 40 torcedores ficou atrás do nosso banco de reservas e ficou a partida toda nos agredindo de forma humilhante. Nos chamavam de parte suja do país e, o pior, diziam que todo nordestino tinha que ser exterminado do Brasil”, disse. O caso ocorreu em Araraquara, São Paulo. Com informações do Correio.