Foto: Eduardo Martins/ Agência EstadoDinei enfrenta a marcação de Gum.

Na briga pelas primeiras colocações, o Vitória mais uma vez penou no Barradão. Não foi brilhante, como já havia acontecido nos 2 a 1 sobre a Portuguesa, só que desta vez saiu de campo sem os três pontos. Ficou no empate em 1 a 1 com o Fluminense, que marcou o seu gol já no fim, com Fred, em falha do goleiro Wilson. Maxi Biancucchi, artilheiro do Campeonato Brasileiro com oito gols, abriu o placar no primeiro tempo.
O jogo teve muitos passes errados do Fluminense (37), que no entanto finalizou bem mais do que os donos da casa: 17 contra nove.

– Merecíamos a vitória pelo que fizemos no jogo. Nosso primeiro tempo ficou abaixo do esperado, mas conversamos no intervalo e falamos que aquele não era o Fluminense que todos conheciam. Mudamos a atitude no segundo tempo e jogamos como temos de jogar. O campo parece bom, mas estava com muita lama por causa da chuva. Hoje não falou competência, e sim sorte para vencermos o jogo – disse Rafael Sobis, que após o apito final ficou caído no gramado, passou mal e foi atendido pelos médicos tricolores.

O Fluminense está em 11º, com 14 pontos, distante dos primeiros colocados. E continua sem perder sob o comando de Vanderlei Luxemburgo: são dois empates e uma vitória. O Vitória, que foi superior no primeiro tempo no Barradão, soma 19 e sobe para a quarta colocação.

O goleiro Wilson vinha bem na partida, mas falhou de maneira decisiva no fim, saindo mal do gol após cobrança de escanteio. Ao fim do jogo, tentou justificar a sua falha:

– Fui sair do gol para socar a bola, e alguém trombou no meu braço. Me desequilibrou. O árbitro não viu, não deu. Paciência.

O Tricolor volta a campo no próximo domingo, às 16h (de Brasília), para o primeiro Fla-Flu no Maracanã após a reabertura do estádio para os clubes. O Vitória visita o Corinthians, no mesmo dia e horário, no Pacaembu.

Presente para o artilheiro

O técnico Caio Júnior avisara que as entradas de Gabriel Paulista no lugar de Daniel Borges, na lateral direita, e Camacho na vaga de Renato Cajá, no meio, eram para tentar não repetir a exibição contra a Portuguesa, o que chamou de “pior jogo”. As trocas não foram as únicas providências. O Vitória entrou em campo ligado nos 220 volts, pressionando já no ataque. Parece ter deixado a defesa tricolor atordoada, com um punhado de passes errados e bolas de bandeja para o adversário.

Numa delas, Felipe, displicente, tocou em cima de Maxi – logo aos cinco minutos. O argentino tabelou com Escudero e fez seu oitavo gol no Brasileirão, isolando-se na artilharia, que até então dividia com William, da Ponte Preta.

Os números não deixavam dúvidas: 22 passes errados do Flu contra dez do Vitória somente na etapa inicial. Em um dos lances, Leandro Euzébio deu um presente para o volante Cáceres. Maxi recebeu o passe e quase ampliou. Vanderlei Luxemburgo chamou Igor Julião e Gum na lateral do gramado para conversar e fechar os espaços na faixa direita da defesa. Mas quem teve de mexer foi o treinador do Leão. Com dores na perna direita, Escudero saiu para Renato Cajá entrar. Vaiado diante da Lusa, desta vez ele ouviu gritos de apoio da torcida antes de ir a campo.

Ataque contra defesa

O início do segundo tempo parecia uma repetição do primeiro, com erros de passe do Flu e uma pressão pouco efetiva do Vitória. Os donos da casa sentiram o cansaço da correria e precisaram fazer duas trocas antes dos 25 minutos: Danilo Tarracha atuava bem, mas por precaução deixou o campo para a entrada de Mansur; caso parecido de Michel, que viu Edson Magal entrar.

Do outro lado, Luxemburgo precisou fazer alterações táticas para dar um jeito no time. Wagner foi o primeiro a sair, dando lugar a Kenedy. Felipe passou a centralizar a armação das jogadas, mais avançado. Não adiantou muito. Então o camisa 16 foi substituído pelo jovem Eduardo, de 20 anos, e Diguinho entrou no lugar do já amarelado Gum, suspenso para o Fla-Flu.

A partir daí começou o script de um time que se defendia em busca do contra-ataque mortal, caso do Vitória, e outro que foi à frente para empatar e virar. Jean teve a chance clara, após passe de Fred. Parou nas mãos de Wilson. O goleiro ainda salvou uma do centroavante. Até que Wilson falhou. Afastou mal uma cobrança de escanteio, e o artilheiro estava no lugar certo para empatar. Estava no lugar certo também, aos 48 minutos, para mandar de cabeça no travessão. *Globoesporte.com