Por causa do nome religioso que passou a adotar após autorização da Justiça, o representante dos terreiros de candomblé e coordenador do Coletivo de Entidades Negras, Táta Ricardo Tavares, diz que o funcionário de uma companhia aérea impediu seu embarque para Brasília, no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, na última segunda-feira (4).

Segundo o líder religioso, o funcionário teria desrespeitado ao dizer que o nome dele "não era de gente" e se recusou a olhar a documentação original e a sentença do juiz que autoriza a inclusão do prenome "Táta" ao nome de batismo do sacerdote do candomblé. "Ele disse que o meu documento não valia nada e que não queria nem olhar. E ele insistia em me chamar de Tito, de Totó, e que Táta era a mesma coisa, e eu pedi para ele me respeitar. Foi quando resolvi chamar a polícia", revelou ao G1. O babalorixá é o primeiro sacerdote do Brasil a acrescentar um prenome da religião, o Táta, que é um cargo religioso do candomblé de nação Angola.

O sacerdote registrou uma queixa no posto da Polícia Civil do aeroporto contra intolerância religiosa, desrespeito, agressão e discriminação. A polícia informou ao G1 que o impedimento do embarque de Táta Ricardo ocorreu porque o documento que ele apresentou à companhia era diferente do nome que constava na passagem aérea. "O impedimento dele foi porque ele não estava com o documento igual ao da passagem aérea. Então só se viaja se o documento está de acordo com a passagem. No boletim de ocorrência consta o nome Táta Ricardo e ele alega que o atendente falou que não sabia que Táta era nome de gente. O caso vai ser encaminhado para delegacia de Itapuã para investigação”, disse o policial Paulo Araújo ao G1.

Por meio da assessoria de imprensa, a companhia aérea Avianca informou que irá apurar a denúncia para se posicionar sobre o fato.