O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mandou um claro recado ao governo russo ao anunciar, na noite de terça-feira, a delegação oficial norte-americana que estará presente nas cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em fevereiro do ano que vem. Isso porque, dentre os escolhidos, estão duas mulheres declaradamente homossexuais.

A atitude de Obama é uma provocação ao governo de Vladimir Putin, que sancionou uma polêmica lei que tem sido conhecida como ''anti-gay'' porque pune com prisão o que a polícia russa entender como "propaganda homossexual" que atinja crianças. Essa lei criou um temor na comunidade internacional de que os gays e simpatizantes sejam perseguidos e presos durante a estadia em Sochi.

Obama atendeu os pedidos de entidades de defesa dos direitos dos gays e indicou duas homossexuais para representar os Estados Unidos. Na cerimônia de abertura estará a ex-jogadora de tênis Billie Jean King, que nada tem a ver com os Jogos de Inverno. Já na de encerramento, Caitlin Cahow, ex-jogadora de hóquei no gelo, uma das diversas atletas norte-americanas que já ganhou medalhas olímpicas, e que também já se declarou gay.

A Casa Branca não quis comentar especificamente sobre essas escolhas, uma vez que no total são oito os representantes dos Estados Unidos nos eventos, mas exaltou que os nomes representam a diversidade do país.

Pela primeira vez desde 2000 os EUA não vão mandar nem seu presidente, nem vice, nem primeira dama, nem ex-presidente a uma edição de Jogos Olímpicos, também no que seria uma crítica à política discriminatória russa. Os demais delegados Janet Napolitano (presidente da Universidade da Califórnia), Michael McFaul (embaixador na Rússia), Robert Nabors (assistente do presidente), Brian Boitano, Eric Heiden e Bonnie Blair (ex-patinadores) e William Burns (secretário adjunto de estado). *Estadão Conteúdo