A pesquisa, publicada no site especializado British Medical Journal, mostra que pessoas com as lesões cutâneas, conhecidas como xantelasmas, estão 48% mais propensas a ter problemas no coração. Isso porque essas pequenas bolsas de tom amarelado situadas nas pálpebras são formadas por depósito de colesterol.

O acompanhamento foi realizado com mais de 10 mil pessoas. Segundo os pesquisadores, o xantelasma eleva em 51% o risco de ataque cardíaco, 40% de infarto e 20% de morte. Para os voluntários pesquisados que tinham o colesterol em níveis normais, as bolsinhas de gordura representaram um aumento de 17% nas chances de problemas no coração.

A boa notícia é que sinalizar que a gordura das pálpebras pode ser um reflexo do que ocorre no coração de pessoas magras, e com o colesterol controlado, a pesquisa propõe uma mudança no diagnóstico feito por especialistas. Ainda segundo o estudo, a associação entre o xantelasma e o acúmulo de gordura nas artérias – causa e consequência dos problemas cardíacos graves – representa uma novidade no diagnóstico e amplia as possibilidades de controle e prevenção, porque acentua o papel do cardiologista em uma doença que aparentemente requer apenas atenção de um dermatologista ou cirurgião plástico.

Remoção das bolsas
Os tratamentos são variados e visam destruir ou remover as lesões. Eles podem ser feitos por meio da aplicação de substâncias cáusticas para a cauterização química, eletrocoagulação, laser ou retirada cirúrgica com fechamento por sutura (pontos). “A escolha do tipo de tratamento vai depender da extensão das lesões e de cada caso, devendo ser indicado pelo dermatologista”, explica Marcelle Cunha, fisioterapeuta dermatofuncional da Clínica Arthys.

A cirurgia da pálpebra, cujo nome técnico é Blefaroplastia, é um procedimento criado para corrigir o problema e pode ser feita isoladamente, ou em conjunção com outros procedimentos faciais de cirurgia como um lifting ou elevação das sobrancelhas. A cirurgia ainda pode ser associada a outros procedimentos de medicina estética como preenchimento e toxina botulínica.

É importante lembrar que as bolsas nas pálpebras têm origem genética sem grandes explicações. Embora muito associada à obesidade, muitas pessoas com o peso adequado e que possuem uma alimentação regrada apresentam o problema.