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A Petrobras retomou, no início desta semana, as negociações com a Braskem para a renovação do contrato de fornecimento de nafta, a principal matéria-prima da indústria petroquímica, que expira no próximo dia 28, informou, nesta quinta-feira (12) durante a apresentação dos resultados da Braskem em 2014, o presidente da companhia baiana, Carlos Fadigas. O impasse na renovação do contrato impede a Braskem de iniciar novos investimentos no Brasil. Um deles é a joint venture com a Styrolution, que prevê a construção de uma fábrica no polo petroquímico de Camaçari para produzir o ABS, material utilizado na produção de eletroeletrônicos e na indústria automotiva, com investimento previsto de R$ 200 milhões.

“O contrato com a nossa parceira para este projeto na Bahia está em stand-by e o mesmo se aplica ao projeto que temos no Rio Grande do Sul, com a Sinthos. No momento em que a gente tem a expectativa de um crescimento baixo do PIB (Produto Interno Bruto), que o país está precisando de investimentos, temos que tomar uma decisão como esta. As análises continuam, mas não podemos definir investimentos”, explicou.
“A Braskem já começou a conversar com a nova administração. Eu disse, no início da semana, que estávamos sem interlocutor, mas o diálogo já começou. O foco é evitar que a gente fique sem contrato após essa data. Seria muito ruim para a Braskem e para a indústria brasileira”, disse Fadigas. Apesar disso, o presidente da Braskem considera o tempo disponível insuficiente para um acordo definitivo.

O gestor destacou que a Braskem utiliza 10 milhões de toneladas de nafta por ano, sendo sete milhões fornecidos pela Petrobras e outros 3 milhões de toneladas importados da Argentina. “A quantidade é a mesma há 15 anos, quando a Petrobras era exportadora de gasolina e nafta, que são produtos muito parecidos. Se hoje ela importa, não é por conta da nafta que nos fornece”, argumentou. Fadigas disse que a Braskem negocia uma redução no preço que é cobrado pela petroleira. Pelo acordo, firmado em 2009, a empresa paga R$ 9 bilhões por ano pelas 7 milhões de toneladas de nafta.