Foto: Correio Brasiliense.

Pelo menos 13 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas após uma rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), iniciada na noite desta quarta-feira (9), segundo informações do Correio Brasiliense.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foram transferidos para o Hospital de Urgência e Emergência Dr. Clementino Moura, conhecido na região como Socorrão II, cerca de 20 presos feridos. No final da noite a situação já estava controlada, policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, do Grupo Tático Aéreo e agentes penitenciários estiveram contendo a rebelião.

As Secretarias de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), de Segurança Pública (SSP) e de Direitos Humanos, Assistência Social e Cidadania (Sedihc) permanecem no local acompanhando o caso. Também acompanham a intervenção o Grupo Tático Aéreo (GTA). Segundo o Secretário-adjunto da Sejap, Késsio Rabelo, os presos tomaram dois pavilhões e cerraram celas para liberar outros presos. Seis pistolas calibre 380, bombas caseiras e outras armas letais foram encontradas.

A ordem para a entrada do Choque foi expedida pela governadora do Estado, Roseana Sarney. A entrada da equipe policial ocorreu uma hora depois, por volta de 19h30. O representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Diogo Cabral, se retirou do local às 22h por não considerar necessária a mediação do órgão, já que se trata de um confronto entre duas facções criminosas e a rebelião não possui pauta de reivindicação. Entretanto, ele afirma que a barbárie e o número de mortos poderiam ter sido evitados caso a intervenção da Tropa de Choque tivesse ocorrido antes. "Estou muito chocado com o que está acontecendo, esta rebelião é pior do que a de 2011", afirmou.

O clima se manteve com muita tensão nos arredores do presídio. Familiares e curiosos aguardavam, apreensivos, do lado de fora o desenrolar da situação. Alguns parentes de presos chegaram a atirar pedras na tentativa de invadir o presídio. O clima de tensão também tomou conta do hospital Socorrão II, com um tumulto formado pela chegada dos feridos ao hospital.

Começo da rebelião

Em nota oficial, o Governo do Estado afirma que a confusão teria se dado em consequência da guerra de facções no presídio e do desmonte do bando conhecido como Bonde dos 40, um dos maiores do estado, com a prisão de 16 integrantes nesta semana em ação da polícia em São Luís.

Késsio Rebelo disse que a rebelião teve início por volta de 18h30, no Pavilhão 2 do Bloco F, durante um procedimento de revista padrão. Os presos se recusaram a receber a revista iniciando um confronto com os agentes. Foi encontrado um túnel que estava sendo escavado pelos presos, em que a fuga aconteceria na madrugada desta quinta-feira (10). O confronto causou desentendimentos entre os presos e resultou na briga entre as facções criminosas "Bonde dos 40" e "PCM" e se alastrou por toda a Casa de Detenção.

Atualmente aproximadamente 600 presos estão alojados na quadra da Cadet, enquanto outros estão agrupados na quadra do Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ). Ainda não se sabe o número total de mortos ou feridos. As informações são do Correio Brasiliense.