O processo de transformação de Billis em múmia ao longo de meses foi filmado e será apresentado este mês na Grã-Bretanha no documentário Mummifying Alan: Egypt's Last Secret ("Mumificando Alan: O Último Segredo do Egito") do Channel 4. Um dos especialistas que participaram do experimento, Stephen Buckley, passou 19 anos tentando descobrir as técnicas usadas pelos egípcios, analisando múmias e amostras de tecidos, antes de aplicar seus conhecimentos no corpo de Billis, no Instituto Médico-Legal de Sheffield.

A pele do britânico foi coberta com óleos e seu corpo, imerso em um banho de sal por mais de um mês para desidratá-lo. Em seguida, o corpo foi envolto em tecido – como uma múmia clássica – ficando protegido de luz e de insetos. A esposa de Billis fez então uma visita e deixou fotografias e desenhos feitos por seus netos.

Após três meses, o processo foi considerado completo. "A pele tinha essa aparência de couro, o que indica que ele estava completamente mumificado. Isso me deixa completamente seguro de que seus tecidos foram mumificados corretamente e de forma muito bem sucedida", disse o patologista forense Peter Vanezis, que participou do programa.

'Faraó'

Alan Billis disse que uma de suas grandes motivações para doar seu corpo para mumificação foram seus netos. "Talvez isso dê a eles uma ideia de quem foi seu avô. Não sei. Eles provavelmente vão contar a alguém na escola que 'meu avô é um faraó'. Esse é meu legado, eu acho", disse ele.

A esposa de Billis inicialmente relutou em ver o corpo do marido mumificado, mas seis meses após sua morte decidiu visitar o corpo e tocou sua mão. Ela acredita que o marido teria aprovado o resultado. "Ele teria ficado jubilante." Os cientistas acreditam que as técnicas utilizadas no experimento podem ser úteis para o desenvolvimento de uma alternativa ao formol para a preservação de tecidos. As informações são do IG.