“Tudo mudou pra melhor quando a Cidade do Saber passou a fazer parte da minha vida”. Para muitos camaçarienses, a instituição serviu como agente transformador. Inaugurada em 22 de março de 2007, a CDS oferece, de forma gratuita, cursos na área de cultura, educação e esporte, além de diversos projetos e espaços onde o conhecimento e inclusão social são os protagonistas.

Desde sua fundação, 700 mil pessoas já foram atendidas de forma direta e indireta. São 14 cursos regulares na área de cultura, 15 modalidades esportivas, duas opções no Núcleo de Idiomas e 18 oficinas divididas entre artes visuais, dança e teatro. A instituição também abriga o Museu de Ciência e Tecnologia (UNICA), Memorial do Polo Petroquímico, Conservatório de Música, Teatro Cidade do Saber, gibiteca e brinquedoteca.

Nas atividades regulares, a instituição ainda não tem capacidade de receber um maior número de educandos e por isso muitos camaçarienses disputam pelas vagas limitadas. Alguns questionam os critérios e a dificuldade para conseguir ingressar no curso que desejam e ainda anseiam para também fazerem parte da instituição.

Com o número de atendimento direto ainda limitado, a CDS tenta ampliar sua atuação através de projetos, como o Ponto Móvel e a Cidade do Saber nas Escolas, que descentralizou ações da instituição e levou para comunidades e unidades públicas municipais de ensino algumas atividades culturais e esportivas.

Aqueles que têm oportunidade de participarem dos cursos da instituição, podem relatar suas experiências e aprendizados. São diversas histórias de alunos e educadores que puderam encontrar na CDS a realização de um sonho.

Para Flávia Oliveira, 18 anos, a instituição teve papel fundamental: primeiro serviu para que ela pudesse ver realizado seu sonho de ser ginasta, e depois concretizado o desejo de ser professora.

A camaçariense começou a fazer Ginástica Rítmica (GR) aos 10 anos de idade, na Secretaria de Esporte (SEDEL), mas logo que a CDS nasceu e ela migrou para a instituição, percebeu os avanços em seu aprendizado. “Há uma melhor estrutura, além do reconhecimento”. A garota começou a participar de competições estaduais, regionais e até mesmo nacionais e a paixão pelo esporte só fez crescer.

“Nas aulas percebi que tinha o dom mesmo para ensinar. É o que gosto de fazer e sempre ajudava minhas colegas nos treinos”, conta. Então, aos 16 anos, Flávia começou a dar aulas em outros lugares e no mês de abril de 2014 foi contratada pela CDS, se tornando educadora de GR da instituição. “Quero seguir esse caminho. Amo o que faço”, conta orgulhosa.

Claudionice Pereira, 58 anos, também é outro exemplo do poder da inclusão social. Professora durante 28 anos, ela viu sua vida desmoronar quando se aposentou. Longe daquilo que mais amava, a mulher entrou em depressão, perdendo o sorriso e a vontade de viver. Procurou ajuda médica e além dos remédios receitados, foi indicado que ela praticasse alguma atividade criativa.

Então, uma amiga sugeriu a Claudionice que elas se matriculassem juntas no curso de design em tecido. Ela resistiu e achou que seria muito difícil, mas após começar as aulas, a mulher pôde contemplar o fruto do seu trabalho e a alegria lhe contagiou.

Agora, dedicada ao novo talento, a mulher voltou a acreditar na vida e hoje não depende mais dos remédios e está livre da depressão. Com novos amigos e uma possibilidade de geração de renda, Claudionice se sente realizada. “Eu reencontrei a alegria de viver. Tudo mudou pra melhor quando a Cidade do Saber passou a fazer parte da minha vida. Não pretendo deixá-la nunca”.

Foto: Wesley Sobrinho (Ascom CDS)

Por Emile Lira