Copinhos plásticos, garrafas PET, papel, papelão, brinquedos e até móveis são alguns dos objetos que podem ser encontrados em alguns bairros de Camaçari, normalmente distante do centro da cidade. Na maioria dos casos, o lixo é jogado em locais inapropriados e bem próximos às residências, causando transtorno aos moradores. Apesar de reclamarem do serviço público de coleta de lixo, muitos reconhecem que grande parte do problema é proveniente da pouca importância dada pela população a conscientização ambiental e à saúde pública.


Mesmo no centro da cidade, é possível encontrar pelo chão uma variedade de objetos que contribuem para a sujeira e acarreta no entupimento dos bueiros que servem para escoar a água e evitar alagamentos. Na Praça Abrantes, uma vendedora de salgados entende a importância de zelar pela limpeza e disponibiliza um balde de lixo para os clientes. “Quem chegar aqui e jogar no chão é porque é porco, mas até hoje eu não vi ninguém fazer isso, não”, diz.


A estudante Ingrid Lorena costuma passar pela Praça Abrantes quase todos os dias quando volta do cursinho pré-vestibular. Quando para em uma barraca para lanchar sabe direitinho onde depositar o lixo quando termina de fazer a refeição. “Terminou eu jogo dentro do balde de lixo”, afirma. Para Ingrid, a educação começa dentro de casa com a família. “Eu acho que os filhos se espelham pelos pais, então se uma pessoa joga lixo no chão da rua é porque faz a mesma coisa em casa”, completa.


O mau costume das pessoas reflete diretamente no trabalho dos garis. Falta de consciência com o destino do lixo é sinônimo de mais trabalho para eles. “A gente acaba tendo que trabalhar em dobro. Se houvesse uma colaboração das pessoas tudo seria bem mais prático e limpo”, diz o gari José Edson. Responsável por fazer a limpeza no bairro da Gleba B, José Edson afirma que algumas pessoas contribuem para o seu trabalho, mas outras nem tanto. “Muitos nos ajudam, mas outros não. Tem gente que só coloca o lixo na porta depois que a gente passa e quer que a gente volte para pegar”, conta.

Para o professor de literatura Silvio Menezes, jogar lixo no espaço público deveria ser motivo para aplicação de multa. “Se a prefeitura começasse a cobrar uma taxa das pessoas que fazem esse tipo de barbaridade logo iam aprender a procurar o lugar adequado para jogar o lixo”, ressalta.


A dona de casa Railda Santana do Carmo acredita que melhoraria se fossem colocadas mais lixeiras nos lugares onde é grande o movimento de pessoas. “Um lugar como o centro tem que ter bastante lixeira para evitar que as pessoas joguem sujeira na rua”, destaca.

Por Henrique da Mata