Os caminhoneiros autônomos suspenderam no final da manhã desta quarta-feira (2) a greve da categoria iniciada na segunda (30) em Salvador. A decisão foi acordada durante encontro com os empresários do ramo na sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA), nesta manhã. Até o início do dia, os caminhões permaneciam parados em frente à Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), no bairro do Comércio.

Uma nova reunião foi agendada para as 8h30 de quinta-feira (3), quando os pleitos dos caminhoneiros serão avaliados em detalhes pelos empresários. "Ontem [terça-feira] fomos ao Ministério Público e fomos atendidos pelo promotor Nivaldo Aquino, que agendou a reunião de hoje com os empresários", diz Luciano Cerqueira, diretor operacional da associação dos caminhoneiros autônomos.

"A reabertura imediata do acesso ao porto já ficou definida e amanhã [quinta-feira] vamos negociar as condições", observa José Rubem Moreira, presidente do sindicato dos empresários.

Os caminhoneiros pedem reajuste de 15% no valor do frete, além de melhores condições de trabalho. "Queremos 15% de aumento e o respeito pelo ser humano e profissional. A situação do porto é caótica para quem trabalha com caminhão. Não tem banheiro, muita poeira, lama, rato, falta água para banho e beber", alega Luciano.

Na sexta-feira (4), os envolvidos voltam a se encontrar no Ministério Público da Bahia, onde apresentam o resultado das negociações à promotoria.

Prejuízos

Segundo os empresários, a estimativa é de que cada dia de atividade parada gere um prejuízo em torno de R$ 2,5 milhões. "Quando um porto para a repercussão é muito grande. Deixa-se de transportar cargas, matéria-prima para serviços que precisam rodar, estocagem de produtos, a inflação é grande. Mensurei cerca de R$ 2,5 milhões de perda por dia, é um número expressivo, mas que abrange todo o ciclo que envolve prestadores de serviços, transportadores e prejuízo para os próprios autônomos", avalia José Rubem.

Paralisação

Os trabalhadores afirmam que estão parados desde as 7h de segunda-feira. Os caminhoneiros formaram filas de veículos ao lado do porto.

A Transalvador informou que os caminhoneiros poderiam ser multados por deixar os veículos estacionados em fila dupla e tripla, o que prejudicou o tráfego na região.

Em contato com o G1, a Codeba informou que não tem responsabilidade direta sobre os caminhoneiros e os operadores. Segundo o órgão, mesmo assim a Companhia está conversando com as duas partes, a fim de encontrar uma solução. A Codeba afirma ainda que por conta da paralisação das atividades dos motoristas os serviços de carga e descarga ficaram paradas no porto.

*G1.