Em meio ao bombardeio que a axé music  enfrenta dos seus criticos mais ferozes,  a cena musical baiana ganhou  uma defensora no outro lado do atlântico.

 É a musicista e antropóloga grega, Malu Kyriakopoulou,  que segundo reportagem publicada no Diário de Pernambuco “desenvolveu uma pesquisa com o objetivo desmistificar um preconceito comum entre os brasileiros: o Axé é insuportável devido a estupidez das letras.

Financiada pela Universidade de Patras (Peloponeso Sul), ela morou em Salvador durante quatro anos e trabalhou numa longa investigação que demonstra, através do método indutivo, que letra e música são componentes harmônicos completamente dissociáveis.

Malu, que se afiliou recentemente ao fã clube oficial do Psirico,”é uma verdadeira antropóloga de campo”, diz a reportagem.

“Pelo que pude notar aqui no Brasil, vocês cantam e idolatram qualquer música cantada em inglês e não se importam nem um pouco com o conteúdo.

Tenho observado cuidadosamente, por exemplo, as meninas que passam horas entoando a música ‘Friday’ de Rebeca Black.

Se analisarmos minimamente o que diz a letra dessa música, nenhum ‘ele não monta na lambreta’ ou ‘vai ralando na boquinha da garrafa’ pode ser criticado”, alfineta em bom português.

“Como o brasileiro pode criticar a música de Ivete Sangalo e o Axé clássico pelo simples fato de acharem a letra medíocre? Não temos ai um contra-senso?”, questiona a simpática estudiosa grega.

E mais prossegue a matéria: “Para corroborar sua teoria, Kyriakopoulou voltou à Grécia e deu início a um verdadeiro espraiamento da música baiana em sua terra natal, Atenas.

“Obtive resultados impressionantes.

Meus compatriotas aplaudem Ivete Sangalo do mesmo modo que os brasileiros aplaudem qualquer coisa cantada em inglês”, provocou Malu.

“Certa vez, num desses carnavais fora de época, vi Ivete Sangalo cantando uma música demodê em forma de Axé romantico.

Adorei e fiz uma adaptação.

* Fonte: CDB