O julgamento do recurso apresentado pela defesa da médica Kátia Vargas, acusada pelas mortes dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, foi adiado nesta quinta-feira (10). Marcado para acontecer a partir das 13h na sede do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o pedido de adiamento foi feito pela defesa da médica.

"Entramos com o pedido de adiamento, que seria julgado hoje, por conta de outros compromissos meus em outros estados", disse o advogado Sérgio Habib, que cuida da defesa da oftalmologista. "Como eu tinha o julgamento de outros processos em São Paulo e Brasília, alguns marcados há três meses, tive de pedir esse adiamento, que já foi deferido pela Justiça".

Ainda de acordo com Habib, o TJ-BA deve decidir ainda nesta quinta-feira (10) a data no novo julgamento. "Pode ser semana que vem, ou depois da Semana Santa. Ainda não sabemos", garante.

O recurso defesa pede a desclassificação do crime cometido por Kátia de doloso para culposo – quando não há intenção de matar. "Entendemos que ela é inocente, e o que aconteceu foi um acidente", comenta o advogado Habib.

A decisão em primeira instância pede que a médica vá a júri popular pelo crime de duplo homicídio triplamente qualificado. A defesa de Kátia entrou com recurso pedindo que isso não aconteça, além de pedir também a nulidade do processo.

Quando o caso é enquadrado como culposo, o acusado não vai a júri popular. Além do recurso da defesa de Kátia Vargas, também foi adiado o julgamento do recurso do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que pede a revogação da liberdade provisória da médica, libertada do Conjunto Penal Feminino, no Complexo da Mata Escura, no dia 16 de dezembro.

Três desembargadores vão julgar o recurso e da decisão ainda caberá recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Independente de quem ganhe (o recurso), quem perder deve ir a Brasília. Mas diante de tudo que foi construído no processo, a nossa expectativa é que a decisão (pelo júri popular) seja mantida", diz Daniel Keller, advogado que representa a família dos irmãos mortos.

Batida e morte

Os irmãos morreram em Ondina em outubro do ano passado. Eles estavam em uma moto que sofreu uma batida do carro dirigido por Kátia Vargas – segundo a conclusão do inquérito policial e acusação do Ministério Público (MP), a batida foi provocada de maneira intencional pela médica. Ela havia discutido com Emanuel perto de um sinal pouco antes.

De acordo com o inquérito policial da 7ª Delegacia (DT/Rio Vermelho), a oftalmologista arremessou o veículo que dirigia, modelo Sorento, contra uma moto Yamaha XTZ pilotada por Emanuel Gomes Dias que trazia na garupa sua irmã Emanuele Gomes Dias, projetando-os contra um poste, em frente ao Ondina Apart Hotel, resultando na morte instantânea dos irmãos.

Imagens gravadas do local mostram o carro da médica seguindo atrás da moto antes da batida. A medica ficou presa por quase 2 meses no Conjunto Penal Feminino, no Complexo da Mata Escura. Com informações do Correio.