Basta o verão chegar para os casos de otite externa se tornarem mais frequentes — o aumento chega a ser de 75% nessa época do ano. Associado ao banho de mar ou de piscina, o problema afeta principalmente as crianças, que costumam ter brincadeiras que facilitam a entrada de água nos ouvidos.

Segundo a otorrinolaringologista Mariana Dória, da Clinica Otolife, a otite se caracteriza por um processo inflamatório decorrente de contaminação por bactérias ou fungos. Quando alguém mergulha, qualquer ferimento na pele do canal auditivo pode ser porta de entrada para germes. Por isso, jamais deve-se introduzir cotonetes ou outros objetos nos ouvidos, pelo risco de pequenas lesões.

Dor, sensação de ouvido tampado, inchaço e presença de secreção (espessa, esbranquiçada ou amarelada e com odor ruim) são os principais sintomas da otite externa.

— O tratamento é realizado com antibiótico em gota (de uso tópico). Três ou quatro dias são suficientes para o paciente ter melhora do desconforto, mas a aplicação do medicamento deve ser feita por sete a dez dias — explica.

Procurar a ajuda de um especialista para tratar o problema é fundamental, ressalta Mariana Dória. De acordo com a médica, a utilização de medicamentos inadequados no ouvido pode provocar até surdez permanente.

Outros erros comuns cometidos por quem sofre de otite é pingar leite materno, azeite e álcool no canal auditivo. Não passa de mito a ideia de que essas substâncias ajudam a aliviar a dor.

— Isso só vai piorar a infecção, porque a pessoa está levando mais contaminação para dentro do ouvido — diz a otorrinolaringologista.

Diabéticos devem ter atenção redobrada para prevenir a otite externa, já que ela pode se manifestar de forma mais aguda nesses casos. *Extra Globo.