O ex-diretor da área internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, vai apontar “negligência, violação do dever de diligência e precipitação desnecessária” do Conselho de Administração da estatal na compra da Refinaria de Pasadena.

Na época da compra, a presidente Dilma Rousseff presidia o Conselho da estatal e o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, também fazia parte do grupo. A informação é de um parecer jurídico particular contratado por Cerveró no ano passado.

De acordo com uma publicação do site Bahia Notícias, o documento, feito com base em informações do contratante a respeito do negócio, foi entregue nesta sexta-¬feira, 16, à Justiça Federal, nos autos da Lava Jato.

A defesa de Cerveró sustenta que o cliente não pode ser responsabilizado individualmente pela decisão de compra de Pasadena e eventuais ilegalidades.

Do ponto de vista administrativo, a peça de defesa atribui culpa ao Conselho de Administração, que além de Dilma era integrado pelo ex¬presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e pelo ex-¬ministro da Fazenda Antônio Palocci. “Fica claro que o Conselho de Administração não observou as normas internas, imperativas, da Petrobras que regiam tais tipos de aquisições, o que demonstra uma violação do dever de diligência, uma vez que resta claro que seus membros não procederam com o devido zelo, agindo de forma negligente”, informa o parecer do escritório Saddy Advogados, do Rio, concluído em novembro de 2014.