Foi sepultado nesta sexta-feira (16), em Feira de Santana, a 108 quilômetros de Salvador, o corpo do policial militar Ivanildo Almeida Nery Júnior, 31 anos. Familiares, amigos e colegas de trabalho estiveram presentes no velório, que ocorreu no Serviço de Assistência Familiar (SAF), na Avenida J.J. Seabra, e no enterro realizado no cemitério Piedade.

O diretor executivo da Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM-BA), Antonio Roberto Adorno, lamentou a morte do policial. “Estamos vivendo um dia muito triste. Trabalhei com o pai dele, vi esse menino pequeno e é muito difícil. A vida do policial militar é estressante e eu falo com base em uma pesquisa publicada há uns quatro anos. A vida do policial é a mais estressante em qualquer parte do mundo. É bom que estejamos atentos no tocante ao comportamento do ser humano, dos nossos filhos. É importante fazermos uma reflexão em cima disso”, disse ao site local Acorda Cidade.

Ivanildo atirou contra a própria cabeça depois de ter sofrido um acidente na manhã de ontem (15). Ele conduzia uma motocicleta que colidiu contra outra moto na avenida Maria Quitéria, no centro da cidade. Com a colisão, o PM ficou preso embaixo de um carro de passeio.

Após o acidente, Ivanildo disse que não estava sentido as pernas, pegou a arma e atirou. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda tentou socorrer o PM, mas ele morreu a caminho do Hospital Clériston Andrade.

Ouvido na Delegacia de Homicídios, um tio do policial contou que Ivanildo era tranquilo e, aparentemente, não estava passando por problemas. Três testemunhas também foram ouvidas na Delegacia de Homicídios ainda na quinta-feira (15).

A arma do policial, uma pistola 380, foi encaminhada para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Ivanildo era lotado no 16º Batalhão da Polícia Militar (Serrinha) e integrava a Corporação desde 2008.

Em reportagem publicada em julho, o CORREIO mostrou que depressão e outros problemas psicológicos atingem muitos policiais da corporação. Em 2013, fora o caso de hoje, quatro suicídios foram registrados. O número é considerado alto, pois, de acordo com números não oficiais, a média é de dois suicídios na corporação ao longo de um ano. *Correio