O ano letivo não começou para alunos da rede municipal de Correntina. Há três semanas, os estudantes das 32 escolas não assistem aulas devido à greve dos profissionais da Educação. Mas tem uma justificativa, dizem os professores, além da falta de pagamento, os educadores cobram melhores condições de infraestrutura nos locais. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Correntina (Sinditec), Iremar Araújo, informou que pelo menos oito escolas não possuem condições estruturais para a atividade.

“As escolas estão caindo aos pedaços, inadequadas a qualquer padrão, MEC [Ministério da Educação], Anvisa [Vigilância Sanitária], o que não podemos nem realizar programas com o governo federal”, conta Araújo. As primeiras reformas foram realizadas na gestão do ex-prefeito Nilson José Rodrigues (PCdoB), em 2005, mas não finalizadas. As obras se mantiveram durante a gestão de outro comunista, Laerte Silva que também não as concluiu.

Agora, o gestor municipal, Ezequiel Barbosa (PSDB) alega que as unidades estão em condições para utilização. Sobre a greve dos professores, o prefeito diz ser ilegal e afirmou que vai descontar as faltas da folha de pagamento dos profissionais.

Na última quarta-feira (18), a prefeitura denunciou ao Ministério Público a possível ilegalidade na paralisação da Educação. O processo ainda não foi julgado. Durante discurso, o tucano desdenhou da paralisação dos professores. “Eu estou gostando da greve, estou achando até bom porque esse mês a folha de pagamento cai para mim porque eu vou descontar. Eu não tenho medo de fofoca, nem de ameaça e muito menos de greve, pois eu trabalho certo e cumpro minha obrigação. Politicagem tem limite”, acusa.

A prefeitura de Correntina, por meio do secretário de Comunicação Social, Luciano Neves, garantiu encaminhar nota de esclarecimento sobre a situação no município, mas até o fechamento desta matéria, a secretaria não se pronunciou.