O médico preso em Porto Seguro na sexta-feira (29), suspeito de estuprar pacientes, foi reconhecido por doze vítimas – entre elas, uma adolescente de 13 anos. De acordo com a Polícia Civil, o dermatologista e alergologista Wesley Ferraz de Carvalho, 56 anos, atendia em consultórios particulares e unidades municipais de saúde da cidade do Sul baiano há 15 anos.

Ele estava sendo investigado há dois meses, e foi preso pela titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Viviane Scofield, que se disfarçou de paciente para prendê-lo em uma clínica em Eunápolis. O médico é acusado de apalpar propositalmente a genitália e os seios das mulheres que buscavam tratamento dermatológico.

Ainda segundo a polícia, Wesley só atendia as vítimas depois de trancar a porta do consultório, não usava luvas nem jaleco e alegava que iria realizar exames mais detalhados, abusando sexualmente das pacientes ao tocar suas partes íntimas.

Entre as doze vítimas estão uma adolescente de 13 anos, levada pela mãe para tratar uma lesão no braço em um consultório particular em Porto Seguro. Só que durante a consulta, o dermatologista abaixou a blusa do paciente inesperadamente, e passou a apertar os seios dele. A mãe da menina testemunhou o fato e deixou a clínica indignada, denunciando Wesley pelo crime na Deam local.

Disfarçada, delegada prende médico durante atendimento

O dermatologista foi preso na tarde da sexta (29), depois que a delegada Viviane Scofield se passou por uma paciente dele, agendando uma consulta na clínica em Eunápolis. A prisão preventiva de Wesley tinha sido decretada há dois dias quando a titular da Deam apresentou o mandado judicial do médico depois de entrar no consultório.

Ele foi conduzido para a sede da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Depin). Natural de Itapetinga, o dermatologista foi transferido para o Presídio Regional de Eunápolis, onde vai responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa e unidades de saúde do médico, onde apreenderam centenas de fichas de pacientes. "Manteremos contato com essas mulheres, para averiguar se foram molestas durante as consultas, e orienta-las a denunciar o médico à polícia", garantiu a delegada Scofield.

*Correio