Foto: Reprodução/Record Bahia. Vítima ficou com hematomas nos olhos e em parte do rosto

O motorista de ônibus violentamente agredido por um policial militar na Paralela teve dificuldades para registrar o caso na delegacia. Segundo informações da família da vítima, eles tentaram registrar a ocorrência, mas não conseguiram. Nem mesmo um exame toxicológico foi pedido pelo delegado para averiguar se o PM acusado de agressão estaria sob efeito de bebida alcoólico ou de alguma outra substância.

— O delegado que assumiu o plantão informou que na casa não tinha escrivão e que a delegada titular não estaria no local e nada foi feito.

A Polícia Civil disse que a ocorrência foi registrada na terça-feira (18) e assinado pela delegada Elza Bonfim de Souza, titular da 10ª DT (Delegacia Territorial/Pau da Lima), e que foi expedida também um guia para a vítima ser submetida a exame de corpo delito, no DPT (Departamento de Polícia Técnica).

A delegada encaminhou ainda ao Depom (Departamento de Polícia Metropolitana) comunicado relatando o comportamento dos dois delegados plantonistas da unidade que se recusaram a assinar o procedimento policial registrando as agressões contra o rodoviário.

O Depom encaminhou o caso à Corregedoria da Polícia Civil, que vai instaurar procedimento administrativo para apurar a conduta dos dois delegados.

O caso ocorreu após o suspeito, que estava voltando de uma festa, se envolver em um acidente na pista marginal que dá acesso à movimentada avenida. Paulo Rogério Dórea dos Santos, que é motorista de ônibus, se preparava para trabalhar em um ônibus a poucos metros do local do acidente. A vítima percebeu que uma das rodas havia se soltado do carro do policial e caído no meio da pista. Santos foi até o local para remover o objeto e evitar um novo acidente, mas o PM achou que o motorista queria roubar o objeto e começou a sessão de espancamento.

De acordo com uma testemunha, o PM foi pra cima do motorista com uma arma, mandou colocar a mão na cabeça, se ajoelhar e começou as agressões. O homem disse saiu em busca de ajuda, mas como não encontrou nenhuma viatura, ligou para a polícia.

— O que mais me indignou é que a suposta namorada dele estava fardada, eu a avistei lá do lado do posto de gasolina, o carro dela estava estacionado do lado das correntes e ela nada fez.

A vítima ficou com hematomas nos olhos e em parte do rosto. A testa sofreu um grande corte provocado pelos chutes que teriam sido dados pelo policial. O homem chegou a ficar internado em um posto de saúde, pois havia o risco de sequelas.

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