O caso da morte de um bebê durante o parto de uma adolescente com quase 8 meses de gestação, no Hospital Municipal de Simões Filho, tem ganhado grande repercussão após o pai e avô das vítimas afirmar que houve negligência por parte da médica que fez o procedimento.

Durante entrevista no programa apresentado pelo radialista Roque Santos, na Rádio Sucesso FM (93,1), Gilmário Macedo de Jesus, relatou que na noite da última segunda-feira, 15, levou a filha que tem apenas 16 anos com fortes dores para a unidade de saúde. Segundo ele, a ficha da adolescente foi feita, porém, a paciente demorou para ser atendida, depois de um certo tempo a garota foi encaminhada para o parto.

Ainda de acordo com Gilmário, após algumas horas, a médica que estava atendendo a parturiente teria procurando ele, para questionar se deveria salvar a vida do bebê ou da adolescente, Gilmário revelou que optou pela vida da filha, pois, segundo ele não tinha convivência com o bebê. “Ela veio com a mão cheia de sangue e disse que o bebê tinha morrido”, disse.

O homem disse ainda que ao conversar com a filha teve conhecimento do que realmente teria acontecido. “Minha filha disse que a cabeça da criança tava saindo e a médica empurrou de volta com um pano, ela tava tomando um cafezinho e empurrou o pano no útero da menina”, falou.

Gilmário ressaltou que a gravidez da adolescente estava tranqüila e afirmou que tem todos os documentos do pré-natal, que comprovam todo o acompanhamento médico que a gestante teve antes do fato. “Ela teve alta do pré-natal, eu tenho todos os documentos, a criança tava com saúde e perfeita. A médica era para fazer uma cesariana, a menina tem 16 anos, não tinha passagem, ela forçou um parto normal, ela deslocou o braço da criança e tudo indica que quebrou o pescoço da criança, mas, isso sou eu que estou dizendo o laudo do Nina (IML) que vai dizer o que realmente aconteceu”, falou.

Segundo Gilmário, outro médico que estava na unidade teria afirmado, que a médica realmente errou e chegou a revelar que se ele não tivesse chegado a tempo, a adolescente também teria morrido.

Indignado, Gilmário relatou que não recebeu nenhum tipo de explicação sobre o fato. O homem relatou que foi maltratado por funcionários do hospital e não obteve nenhuma resposta da médica que fez o parto ou do diretor do hospital. O pai da adolescente disse ainda que “as portas se fecharam” para ele após o ocorrido. “Eu fui na delegacia não registraram a queixa, eu voltei procurei o Ministério Público e foi o único lugar que me atenderam. Eu quero que a Justiça seja feita e que nenhuma família passe pelo mesmo problema que a minha está passando”, concluiu.

Em entrevista no mesmo programa, o secretário de Saúde do município, Alfredo Assis, informou que o órgão está apurando o caso. “Não sabemos ainda o que aconteceu, vamos ouvir a médica, vamos ver o prontuário, para tomar as posições corretas, se houver erro eles serão punidos”, disse.

Por Maíra Lima- Bahia No Ar