Os membros do Conselho de Administração da Petrobrás receberam, com 15 dias de antecedência, a cópia da proposta de contrato para a compra de metade da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), da trading belga Astra Oil, segundo afirmou nesta quarta-feira, 2, o advogado do ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, Edson Ribeiro. A operação de compra foi aprovada pelo conselho em fevereiro de 2006, quando o órgão era presidido pela presidente a presidente Dilma Rousseff.

A compra da refinaria, conforme revelou o Estado, teve o voto favorável de Dilma. Ao todo, a Petrobrás pagou US$ 1,2 bilhão, em duas etapas, para comprar uma refinaria que, em 2005, custou US$ 42,5 milhões à Astra Oil – quase 28 vezes menos.

Em nota ao Estado há duas semanas, a presidente Dilma disse que a decisão foi tomada com base num "resumo executivo" com "informações incompletas" e técnica e juridicamente falho. No texto, o resumo era creditado ao "diretor internacional", na época, Cerveró. O diretor deixou a Petrobrás em abril de 2012, sendo nomeado para a diretoria da BR Distribuidora. Após a repercussão negativa do caso, ele foi exonerado da diretoria financeira da BR Distribuidora no dia 21.

O advogado do ex-diretor informou ao Estado que está confirmado para o próximo dia 16, o depoimento de Cerveró na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, em Brasília. "Ele não se conforma e está indignado de ser colocado como bode expiatório", afirmou Ribeiro.

Na terça-feira, 1º., o advogado de Cerveró esteve em Brasília e, no Congresso, entregou uma carta na qual o cliente se coloca a disposição para prestar esclarecimentos. À Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), entregou uma petição de mesmo teor, colocando-se à disposição para prestar esclarecimentos aos inquéritos em aberto. *Estadão.