Às vésperas das mobilizações que prometem levar milhares de brasileiros às ruas do país para protestar contra o governo e pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), ela já soma 19 pedidos formais de impeachment protocolados junto à Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, desde o primeiro mandato.

Mesmo com a pressão dos manifestantes, um processo de impeachment só pode ser instaurado pela legislação brasileira através do processo de abertura na Câmara dos Deputados.

A petista chegou à marca de 19 solicitações na última quinta (12) com o pedido protocolado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O número já é maior que o registrado nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, que ficou no poder de 1995 a 2002, e teve registrados contra ele 17 pedidos. Apesar do número elevado, Dilma ainda está bem atrás do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, que com o boom de pedidos durante o período das denúncias do mensalão, chegou a 34 pedidos nos seus dois mandatos – de 2003 a 2010.

Todos os pedidos para Lula e FHC foram arquivados pela presidência da Câmara, ou seja, não chegaram a ser apreciados pelo Congresso Nacional. No caso de Dilma, segundo a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, 17 foram arquivados e dois estão em processamento – são analisados atualmente pelo núcleo jurídico da presidência da Câmara. O deputado Paulinho da Força (SD-SP) promete levar o número de Dilma para 20, ao ter lançado também nesta última semana, uma campanha do Solidariedade para recolher 100 mil assinaturas em uma solicitação popular de impeachment da presidente. Tal feito seria inédito, já que todos os pedidos protocolados até hoje foram feitos por indivíduos, parlamentares ou grupos pequenos de pessoas.