Conforme a coluna antecipou, Helena (Julia Lemmertz) e Laerte (Gabriel Braga Nunes) se reencontram depois de 20 anos no enterro de Itamar (Nelson Baskerville), pai do seu primo. Mas o encontro entre o ex-casal de "Em família" promete ser tenso: os dois vão trocar tapas dentro do clube onde Helena se formou. Ao ver Laerte lá, ela vai saindo apressadamente, quase correndo, entre nervosa e irritada com aquela presença inesperada e ele a segura pela mão. "Me larga!", grita ela. "Olha pra mim!", pede ele. Ela vira o rosto, diz que não o conhece e ele a chama de Leninha. "Não sou Leninha! Sou Helena. Leninha eu sou pra minha família, pro meu marido", dispara.

Laerte fala que não a seguiu e que apenas teve a mesma ideia que ela: ir lá relembrar o passado. "Não vim aqui pra lembrar! Vim pra esquecer! Pra esquecer o tempo maldito que vivi aqui, neste salão, nesta cidade. Maldito por sua culpa. Maldito como você! Por isso estou aqui", fala Helena. "E eu vim para pedir perdão", fala Laerte. "Não tem perdão o que você fez. E mesmo que tivesse eu não te perdoaria!", grita a leiloeira.

Laerte dispõe-se a ajoelhar-se diante dela, mas Helena impede com um grito. "Não se ajoelhe. Já fez isso outras vezes, não lembra? Não lembra o papel ridículo que fez na Escola Normal na frente de todo mundo?", pergunta. Laerte fala que fez de coração e ela diz que não adiantou nada porque na primeira oportunidade tentou matar o melhor amigo deles. O flautista diz que não quis matar Virgílio (Humberto Martins) e ela decide ir embora. Ele volta a pegá-la pela mão e ela, feroz, lhe dá um safanão. "Me larga, já falei! Não toca em mim! E não se atreva a se aproximar da minha filha. Ouviu bem? Tenho nojo de você", avisa.

Quando ela vai saindo outra vez, Laerte a segura firme, trazendo-a para um cara a cara bem próximo. Ela se surpreende com a agressividade dele. "Que é isso? Me larga!", grita Helena. E ele é muito firme: "Não! Vai ouvir também! Pensa o quê? Que é melhor do que os outros?". Ele torce o braço dela, que solta um “ai” e quase se ajoelha diante dele, o corpo inclinado pela torção."Você está me machucando!", fala ela. "Tem que aprender a ouvir! Que tanta raiva você tem de mim? Você foi minha parceira no crime que eu cometi! Provocou sempre, me atirou contra o Virgílio, se exibiu diante da cidade inteira como uma mocinha com dois idiotas apaixonados!", acusa ele.

Helena se revolta: "Não é verdade! E não tem que se lembrar disso agora. Reclamasse na ocasião!". Laerte avisa que sempre reclamou e que brigou muitas vezes com ela por causa disso. Ele chega até a imitar a ex-namorada. "Meus dois amores! Não era o que você dizia, de braço dado com nós dois!', brada. Helena fala que era uma brincadeira entre amigos! "Brincadeira que deu no que deu! E você nunca escondeu de ninguém o prazer que sentia em ser amada por dois! Em ter dois aos seus pés!", revida Laerte. "Me larga! Já ouvi essa lenga lenga de muita gente, principalmente da sua mãe!", diz Helena, que tenta sair dele, sem sucesso. Renasce ali, então, o jovem impetuoso de 20 anos atrás.

"Solta a minha mão, Laerte!", grita. "Ah, falou o meu nome! Está melhorando!", debocha ele. "Demônio é o seu nome!", continua Helena. "Pretensiosa é o seu! Reinava em toda a cidade, gostava de bancar a princesa! De pisar no meu coração e no coração do Virgílio! Dizia que eu era doente de ciúme! Mas você gostava do meu ciúme, se sentia valorizada, a mais bonita, a mais desejada da cidade!", diz ele. Ela consegue soltar-se com um puxão forte e se afasta, esfregando o pulso dolorido. "Fica longe de mim! Pense o que quiser, mas fica longe! Longe da minha filha e da minha famíia! Odeio você! Hoje mais do que nunca!", fala ela. "Não está preparada para ouvir a verdade! Só para ser adulada! Você não passa de filhinha do papai e da mamãe! Vaidosa e vazia!", diz ele.

Helena se aproxima rapidamente e dá uma sonora bofetada no rosto dele. E recebe outra em troca, instantaneamente, com a mesma força e a mesma sonoridade. Leva a mão ao rosto, surpresa, e os olhos cheios de água. "Não admito que me faça de idiota!", fala ele. Ela sufoca de raiva e de perplexidade e pergunta como ele teve coragem de bater nela. "Por quê? Acha que só você, por ser mulher, tem esse direito?", pergunta. "Você me paga! Não vou esquecer essa bofetada nunca!", diz ela, que manda ele correr para Verônica (Helena Ranaldi), que está cheia de ciúmes dela. "Boba. Engana-se. Não é de você que ela tem ciúmes! Ela sabe que você é apenas uma lembrança. É da sua filha que ela tem ciúmes! Da Luiza!", debocha ele.

É mais do que ela pode aguentar. Helena salta sobre ele, desfere tapas pra todos os lados, naquela base de “onde pegar, pegou”, sem rumo, misturando ódio com lágrimas e impotência. A superioridade dele é óbvia e ele a imobiliza. Ficam novamente cara a cara. "Acalmou?", pergunta, irônico. E com ódio nos olhos, Helena devolve: "Engoli! Mas vou botar pra fora. É só esperar!". E num novo safanão bem forte, liberta-se e sai do clube correndo. Ele fica respirando fundo, esgotado também. E aí soca a parede, amargurado e com raiva do mundo. As informações são do Extra Globo.