A Lear do Brasil, uma das empresas que compõem o Complexo Ford de Camaçari, ameaça demitir 150 funcionários do total de 470 do quadro geral.

A empresa informou que a demissão em massa pode ocorrer devido a imposições e novas estratégias estabelecidas pela Ford, a exemplo da perda de contratos importantes como a produção de estofados para o modelo EcoSport e dos bancos do novo Ford K, esta última, passará a ser feita pela empresa Resil.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Júlio Bonfim, não há motivos para essa mudança. “Os trabalhadores não podem pagar pela falta de gestão e planejamento do Complexo Ford. Retirar essa produção daqui, por exemplo, é um erro, um abuso com a paciência do operário no chão de fábrica”, explica.

Segundo o presidente, desde a quarta-feira (19), quando o sindicato foi comunicado sobre a possível demissão, todos os esforços estão sendo reunidos para evitar a atitude da Lear. “A Ford não pode tomar decisões arbitrárias, traçar novas estratégias comerciais e mandar a conta para os trabalhadores daqui. Não aceitaremos demissões”, disparou.

Júlio Bonfim informou ainda que as negociações serão permanentes até que seja encontrada uma alternativa que evite as demissões. “Uma das medidas que cobramos na reunião é que parte desse pessoal da Lear seja absorvida pela Resil, para evitar o desemprego e garantir o sustento de dezenas de famílias. Vamos continuar lutando para que o restante também seja incorporado pelo próprio Complexo Ford”, completou.