O governador Luiz Fernando Pezão assinou, nesta quarta-feira, um acordo com a família de Cláudia Silva Ferreira, morta durante uma operação policial no Morro da Congonha, em Madureira, e arrastada pelo carro da Polícia Militar por 350 metros, no dia 16 do mês passado. O estado vai pagar indenização e pensão, além de prestar assistência social e incluir a família dela no Programa Minha casa, minha vida, conforme antecipou o blog do jornalista Ancelmo Gois.

O governo do estado não vai divulgar valores da indenização, já que existe uma cláusula de confidencialidade no acordo. Ainda não foi divulgada a data do pagamento. O viúvo de Cláudia, Alexandre da Silva, receberá pensão até quando ela completaria 65 anos de idade, em agosto de 2014. Já os filhos receberão a pensão até os 21 anos de idade.

Na avaliação do defensor-geral do Estado, Nilson Bruno, o acordo mostra um novo momento no Rio: – O mais importante é preservar as vítimas. Essa tem sido a nossa postura. Buscar o diálogo, o consenso, evitando demandas judiciais desnecessárias, já que todos sabem o seu papel – afirmou, após a assinatura do acordo.

Na semana passada, a família da auxiliar de serviços gerais decidiu entrar com ação na Justiça contra o estado por dano moral. O pedido de indenização foi de mil salários mínimos (R$$ 724 mil) para os parentes – marido, filhos, mãe e irmãos – de Cláudia.

De acordo com o advogado João Tancredo, a intenção também é garantir à família o pagamento mensal referente ao salário que Cláudia recebia como auxiliar de serviços gerais, que era de R$$ 800. – Esse dinheiro é só para garantir a sobrevivência deles, enquanto não há um julgamento – explicou João. Outro pedido que consta no processo judicial é o tratamento psicológico imediato, durante pelo menos seis meses, para o marido, os oito filhos, a mãe e os três irmãos da auxiliar de serviços gerais.

O advogado esclareceu que a família deve ser reembolsada também das despesas que teve com o funeral e o sepultamento, que em geral é fixado em cinco salários mínimos (R$$ 3.620). Cláudia teve o corpo arrastado por 350 metros por um carro da Polícia Militar, após ser atingida por uma bala perdida durante ação da PM no Morro da Congonha, em Madureira.*O Globo.