Um sargento da PM, um ex-agente penitenciário e a ex-amante do traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, além de outros três membros da quadrilha, foram presos numa operação da Polícia Federal, no Rio e em Niterói, durante o processo de ocupação da Maré. Todos irão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Segundo as investigações, Daiana de Barros Rodrigues, de 24 anos, era a responsável pelos depósitos bancários do dinheiro para a compra de drogas, recebendo presentes de alto valor, como carros e imóveis. Em abril do ano passado, a jovem levou sete tiros nas pernas depois que Menor P desconfiou que ela tivesse se envolvido com o jogador Bernardo, do Vasco. O atleta teria sido espancado e torturado dentro da comunidade.

Em entrevista ao portal de notícias “G1”, o pai da loura lamentou o envolvimento amoroso da jovem com o bandido.

— Minha filha paga até hoje por ter cometido só um erro na vida: namorado esse rapaz, o Menor P. Paga por ter tido um amor bandido. Ela não fuma, não usa drogas e está estudando para conseguir um emprego e sustentar o filho de 7 anos. Mas teve um amor bandido. Quem nunca teve um amor bandido? — questionou o garçom Aquiles de Abreu Rodrigues.

O ex-agente penitenciário Luciano de Lima Fagundes Pinheiro, de 35 anos, também foi um dos alvos da PF. Preso em um apartamento de luxo, na Barra da Tijuca, também foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo. Sua função era informar aos criminosos sobre investigações da polícia. Ele contava ainda com a ajuda de um homem de 51 anos, que foi preso em flagrante de posse de 12 cartuchos de munição.

Luciano também é figura conhecida no futebol. Em 2012, ele entrou no Flamengo como assessor de Vagner Love e passou a frequentar o Ninho do Urubu diariamente. Ganhou espaço no clube a ponto de viajar com o elenco para fora do país, como representante legítimo do time.

Já o terceiro-sargento da PM, de 41 anos, não teve o nome divulgado pela PF. Lotado no 5º Batalhão (Praça da Harmonia), ele é acusado de vazar informações que ajudavam a blindar a quadrilha contra possíveis operações. Ele foi levado para a Unidade Prisional da corporação, em Benfica.

Segundo a PF, os outros presos na Operação Maioridade participavam do recolhimento de dinheiro e de atividades para a família de Menor P.*Extra Globo.