Jorge Sacramento, ex-empresário da banda New Hit, que tem integrantes acusados de estuprar duas adolescentes em agosto de 2012, está sendo acusado de apologia ao crime em uma representação criminal registrada no Fórum de Ruy Barbosa, cidade que fica a 320 quilômetros de Salvador. Segundo o advogado do acusado, Kleber Nunes de Andrade, a acusação surgiu depois de uma declaração do empresário em uma entrevista onde dizia que a banda ficou mais conhecida após o incidente.

De acordo com o advogado da banda no caso, a deputada Luiza Maia (PT), autora da Lei Antibaixaria, sancionada em abril de 2012 pelo Governador Jaques Wagner, interpretou a fala de Sacramento como uma apologia ao crime e abriu um processo contra o empresário.

Uma audiência estava marcada para a manhã desta quinta-feira em Ruy Barbosa para julgar essa acusação. No entanto, o empresário Sacramento não compareceu à cidade. Segundo Andrade, o empresário não foi intimado e por isso não sabia da audiência marcada. O advogado espera que uma nova audiência seja marcada para que ele possa realizar a defesa de Sacramento.

Caso New Hit

De acordo com Andrade, o processo enfrentado por Sacramento não tem ligação com o caso New Hit, que teve as audiências realizadas em setembro, quando foram ouvidos os nove integrantes da banda e o policial militar Carlos Frederico, que foi reconhecido, de acordo com o TJ-BA, pelas vítimas como segurança da banda.

Após show realizado na cidade de Ruy Barbosa, as duas adolescentes, em depoimento à polícia, contaram que entraram no ônibus para fazer fotos com os rapazes. Lá foram atraídas para o fundo do veículo, onde teriam sido violentadas sexualmente. Protestos contra os músicos foram realizados e a banda perdeu o patrocínio em eventos e teve apresentações sabotadas em protestos de grupos feministas pelo país.

Em outubro de 2012, a banda se apresentaria no Festival de Pagode, em Salvador, mas a Skol retirou apoio ao evento por conta do protesto de internautas. A banda acabou desistindo de participar do festival.

A Marcha Mundial das Mulheres também fez protestos em cidades onde a banda se apresentou. Representantes da bancada feminina da Assembleia Legislativa da Bahia fizeram uma reunião no Ministério Público para discutir com o órgão formas de obter celeridade do julgamento do caso.

Em agosto desse ano o caso completou um ano sem conclusão e, em setembro, o empresário Jorge Sacramento, proprietário da banda, comunicou à imprensa que o grupo de pagode havia chegado ao fim. As informações são do Correio.