Atrasar os salários de jogadores, como forma de forçar os atletas a pedirem a rescisão do contrato. A prática foi revelada pelo ex-presidente do Esporte Clube Vitória, Alexi Portela Júnior, durante entrevista à rádio Metrópole.

Segundo Alexi, o plano era executado premeditadamente com a intenção de livrar o clube do pagamento de multas e encargos em caso de anulação unilateral dos contratos.

O dirigente contou como o Vitória agia. “Se você quer botar um jogador para fora, pela Lei Pelé, você não bota. Você tem que atrasar. O cara tem que sentir no bolso para sentar para conversar com você”, disse.

Um dos jogadores vítima da armação foi David Braz. O atleta ficou dois meses sem receber o salário e foi chamado para a conversinha “amigável”. David chegou a desabafar nas redes sociais, o período que ficou sem receber.

De acordo com o advogado trabalhista, Sérgio Guimarães, a prática executada pelo ex-presidente do Vitória é ilegal e os atletas que foram vitimados podem recorrer à Justiça, através de uma ação por danos. Os jogadores, assim como outros profissionais, que passaram pela mesma situação, têm ainda direito de requerer férias e 13ª salário, conforme explicou o advogado.

O empresário e radialista Antonio Tillemont, um dos sócios da Antoniu's Assessoria Esportiva, que negocia jogadores com o referido clube, afirmou que os salários geralmente são pagos em dia, porém, ultimamente tem havido atraso no repasse referente ao direito de imagem, uma espécie de valor complementar.

Segundo Tillemont, dois meses de pagamento do direito de imagem estão atrasados, sendo eles novembro e dezembro de 2013. O mês de outubro foi pago no último dia 21. Para o empresário, a declaração de Alexi sujou a própria imagem.