Autor de um gol no final de semana, atacante pede empenho ao elenco

Toda reta final de temporada é a mesma coisa. Brasileirão pegando fogo, jogos decisivos e clima de final de campeonato. Para uns, briga pelo título ou por vaga na Libertadores. Para outros, luta incessante contra o rebaixamento. O Bahia se encaixa no segundo grupo. Desde que voltou à elite do futebol nacional, em 2010, o Tricolor não teve vida fácil: são três anos consecutivos lutando para fugir do temido Z-4.

O flerte perigoso com a zona da degola deixou o elenco tricolor esperto. A sete rodadas do fim da Série A, os jogadores já sacaram do bolso suas calculadoras e começaram a projetar o número de pontos necessários para se manter na competição em 2014. Atualmente com 37 pontos e ocupando a 15ª posição, o Bahia precisaria de três vitórias e um empate para afastar de vez o perigo, de acordo com as contas de Obina. Autor do gol do empate em 1 a 1 com o Atlético-PR no fim de semana, o atacante fala sobre o momento vivido pela equipe baiana.

– É complicado. A gente sabe que é difícil. É um campeonato que está muito igual, então é lógico que rebaixamento tem que passar pela cabeça. Na colocação em que a gente está, precisamos de três vitórias e um empate. Temos três jogos dentro de casa, então é pensar que são os jogos das nossas vidas. Fora de casa, temos que tentar um bom resultado. Essa rodada foi boa, porque afastamos um pontinho (de Vasco e Ponte Preta, clubes que abrem o Z-4). Mas temos que ter consciência de que isso ainda é pouco – avisa.

Caso alcance a meta estipulada por Obina, o Bahia conquistaria dez pontos em sete jogos, chegando aos 47 ao fim da competição. A projeção faz sentido. De 2006 para cá, ano em que o Brasileiro passou a ser disputado no sistema de pontos corridos com 20 clubes, nenhum time que alcançou os 47 pontos caiu para a Série B. O ponto de corte máximo foi em 2009, quando o Coritiba foi rebaixado com 45.

Obina chegou ao Bahia no início desta temporada e, portanto, não vivenciou o drama tricolor em anos anteriores. Mas isso não faz dele inexperiente quando o assunto é rebaixamento. Em 2004, o atacante caiu com o Vitória, grande rival do Bahia. No ano passado, porém, a dor mais profunda: ele foi rebaixado quando vestia a camisa do Palmeiras, clube que, meses antes, havia conquistado a Copa do Brasil.

– O [rebaixamento] do Palmeiras foi pior, porque eu cheguei quando já não podia ajudar muito. No momento em que estive em campo, dei o meu melhor e ajudei o Palmeiras. Foi muito sofrido, porque tínhamos acabado de ganhar a Copa do Brasil e logo depois nós éramos apontados como o pior time do Brasil. Foi complicado, mas é passado. Eu tenho que viver esse presente com o Bahia. Quando a gente está fora da zona do rebaixamento, a gente acha que não vai cair. Mas quando entra, fica complicado. A gente tenta fazer a jogada e não vai.

Simplesmente não consegue – afirma Obina, para quem o fato de ter sido rebaixado duas vezes dá mais motivação para tentar evitar um novo fracasso.

– Tenho muito mais vontade de evitar [o rebaixamento]. Não é bom para ninguém. É uma situação difícil. Você volta para casa desesperado, apesar de ter feito o seu melhor, porque você sabe que deixou muita gente triste. E se tem uma coisa que eu não gosto é de deixar as pessoas tristes. O que pudermos fazer para evitar o rebaixamento, temos que fazer, principalmente se doando mais dentro de campo. A gente pode fazer isso. Não é à toa que nós já ficamos entre os seis primeiros colocados nesse Brasileiro. Nesse momento difícil, todo mundo tem que se empenhar para tirar o Bahia dessa situação. O grupo está unido e vai tentar fazer isso – promete o atacante.

A primeira das próximas sete finais que o Bahia terá pela frente acontece neste domingo, contra o Grêmio, em Porto Alegre. Se quiser somar os dez pontos, o Tricolor terá que quebrar a série de quatro jogos sem vencer. Dos últimos doze pontos disputados, o time conquistou apenas um.

Para Obina, esse é o momento de se doar ao máximo para tentar livrar o time do rebaixamento. E se precisar sair de campo carregado…

– Temos que nos dedicar o máximo. Se precisar sair de maca, a gente vai sair. Tem que ser dessa maneira. Procurar força onde tiver para tirar o Bahia dessa situação – finaliza.

*G1.