A descoberta do petróleo no pré-sal aqueceu a cadeia de petróleo e gás no Brasil.
Mas isto tem gerado uma preocupação a mais: a possibilidade de ocorrer um apagão de mão- de- obra.
Segundo Marcelo Fabio Gomes Soares, gerente da área de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, a falta de mão- de- obra especializada que atinge todo o Brasil é grave.
Ele frisa que a indústria tem reclamado da ausência de profissionais capacitados no mercado nos níveis básico e técnico.
“Sentimos carência em pintores, ajustadores, mecânicos, eletricistas, técnicos de petróleo e gás, automação, segurança do trabalho, instrumentação, dentre outras.
Os ganhos vão de R$ 1,3 mil para os de nível fundamental a R$ 3 mil para o nível médio.
O Senai forma anualmente na Bahia 700 profissionais e entendemos que se trata de uma área em expansão”, avisa.
A previsão de investimento da Petrobras, segundo ele, até 2014 no Brasil é de US$ 224 bilhões, sendo R$ 6 bi no estado da Bahia.
“A cadeia emprega aproximadamente 214 mil pessoas no país desde a exploração até a refinaria.
Já a cadeia de suprimento da Petrobras abrange 250 mil empresas com quase 500 mil contratos.
São mais de 460 mil empresas atuando no setor de Petróleo e Gás no Brasil”, explica e reforça que a demanda é crescente no setor em função dos campos recém descobertos.
Ele menciona que a crise econômica não gerou muitos efeitos no país.
“Estávamos bem estruturados e o preço do barril de petróleo desceu, mas logo em seguida se recuperou e atinge o patamar dos US$ 100 o barril e isso se mostrou bom para o segmento”, cita.
Marcelo Soares lembra que amanhã a cadeia produtiva será discutida na Fieb.
“O governo Federal quer que tudo o que seja consumido no Brasil seja produzido aqui, com isso as indústrias do setor deverão se readequar.
Atualmente os produtos usados na cadeia são importados e as indústrias ficam à mercê do mercado externo.
Estaremos tratando no workshop de várias situações, dentre elas os problemas de acesso à linha de crédito, como o empresariado pode conseguir fontes de investimentos a juros mais em conta, visando à promoção do desenvolvimento da empresa, dentre outros temas”, avisa.
Soares avalia que a medida do governo federal deva impactar positivamente na cadeia produtiva a partir da criação de um cadastro forte de fornecedores.
“A indústria local irá se desenvolver com qualificação digna de nível de competitividade internacional”, ressalta.
*Com informações: Tribuna da Bahia