Foto: CorreioPaulo Gabriel Santos Martins

O vendedor Paulo Gabriel Santos Martins, 39 anos, morreu na madrugada de ontem após ter sido baleado por policiais da 49ª Companhia Independente da PM (São Cristovão), dentro do Motel Korpus, em São Cristovão, onde estava com uma adolescente de 17 anos, ex-namorada de seu filho.

Aos investigadores da Polícia Civil, os PMs envolvidos no caso informaram que foram acionados porque Paulo estaria causando tumulto no motel e que o alvejaram depois que o vendedor atirou contra eles.

A família de Paulo, porém, contesta esta versão e, baseada no atestado de óbito emitido ontem pelo Instituto Médico Legal, afirma que o vendedor, além de baleado, foi agredido pelos PMs.

O delegado Reinaldo Mangabeira, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi quem ouviu os PMs. Segundo ele, os militares relataram que foram chamados por funcionários do motel porque Paulo estava gritando e atirava pela janela.

Afirmando que Paulo portava um revólver 38 e havia consumido cocaína, os PMs disseram ao delegado que falaram com o vendedor, mas que ele continuou gritando e duvidou que aqueles homens fossem policiais. O giroflex do carro da PM chegou a ser ligado para provar, o que não surtiu efeito.

Ainda segundo a versão contada pelos PMs ao delegado Mangabeira, quando os policiais entraram no quarto pelos fundos – com uma chave reserva -, foram recebidos com três tiros, que não atingiram ninguém. Ao revidarem, eles teriam baleado a vítima no braço e nas costas.

Por outro lado, a família do vendedor, que era sobrinho da delegada Jussara Silva, defende outra versão. “No depoimento da garota, ela disse que foi tirada do quarto pelos policiais e quando voltou Gabriel já estava baleado”, contou a sogra da vítima, pedindo sigilo de identidade.

A garota de 17 anos que estava com o vendedor no motel confirmou que ele estava armado, mas negou o consumo de cocaína. “Ele estava alcoolizado. Não falava coisa com coisa. Começou a gritar, dizendo que ia me matar e que tinha alguém perseguindo ele”, disse.

Ela contou ainda que os funcionários do motel bateram na porta ao ouvirem os gritos. “Ele disse que se alguém abrisse a porta ele iria atirar”, afirmou a jovem.

Depois que o corpo de Paulo Gabriel foi liberado do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, na tarde de ontem, a família descobriu que a causa da morte do vendedor não foram os disparos dos policiais da 49ª CIPM. No atestado de óbito, ao qual o CORREIO teve acesso, constam três causas: hemorragia encefálica, traumatismo crânio encefálico e instrumento contundente. De acordo com o DHPP, o motel tem câmeras de segurança que podem ajudar na apuração do caso. As informações são do Correio.