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Eduardo Fauzi, o homem que agrediu o secretário Alex Costa durante desapropriação de um estacionamento irregular nesta terça-feira (5) no Centro, voltou a encontrar o titular da Ordem Pública do Rio em outra operação da Prefeitura no fim da manhã desta quarta (6). O agressor, que estava com a mesma roupa e disse não ter tido tempo de ir para casa e de tomar banho após ser levado para a 4ª DP (Praça da República), foi atrás de Alex Costa durante o desmantelamento de outro estacionamento irregular, na Rua Sacadura Cabral, Centro do Rio.

“Como vai o senhor, tudo bem?”, disse Fauzi ao secretário. O homem falou com a imprensa sobre a agressão cometida e disse não ter se arrependido do seu ato. “Tapa na cara desse animal foi pouco, eu faria tudo de novo. Não sou covarde de falar nas costas, eu falo na cara”, relatou o homem, que fez as declarações perto de Costa. “Eu represento uma categoria de mais de 200 guardadores e quem foi agredido fui eu, vítima de extorsão e perseguição política", disse Eduardo Fauzi.

Após declarar que foi vítima de uma tentativa de extorsão por um homem que dizia representar o secretário, Fauzi disse que possui gravações que comprovam a ação. “Tenho uma gravação, mas não sei o sobrenome de quem me ligou, apenas se identificou como Antônio. Como eu não dei o dinheiro, destruíram a casa e o trabalho de um homem e de outras pessoas. Isso sim é uma covardia", finalizou.

Secretário quer processar agressor

O Secretário afirmou que vai recorrer à Justiça. Alex Costa registrou uma ocorrência na delegacia e passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) após a agressão.

Como mostrou o Bom Dia Rio nesta quarta-feira (6), Alex Costa levou um soco quando se preparava para dar uma entrevista. O agressor Eduardo Fauzi, que foi preso, contestou a Prefeitura e disse que tem autorização para funcionar. “A instituição é que foi agredida. Eu fisicamente fui agredido e estou tomando as minhas medidas pessoais na Justiça”, afirmou Alex Costa.

Após a agressão, Eduardo Fauzi foi imobilizado pelos guardas municipais. Preso em flagrante, ele foi levado para a delegacia, onde foi autuado por lesão corporal. Segundo a polícia, ele já respondeu por crimes de calúnia e difamação, agressão e formação de quadrilha. Fauzi alegou durante a desapropriação do estacioamento que havia recebido uma proposta de pagamento de propina para que o negócio fosse mantido.

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"Eu recebi uma proposta na semana passada de uma pessoa que se dizia funcionário da Prefeitura, ligado à Secretaria de Ordem Pública e ao Alex Costa. Ele me fez uma proposta de R$ 50 mil e disse que precisava desse valor para não estourar o estacionamento. Como eu recusei, porque eu não compactuo com este tipo de transação e porque eu tenho uma liminar de posse do terreno, o secretário de Ordem Pública procedeu. Ele arrebentou o estacionamento, expulsou as pessoas que moravam ali", disse.

Nesta quarta-feira (6), o secretário voltou a vistoriar estacionamentos irregulares na Zona Portuária, dando continuidade à fiscalização interrompida no Centro do Rio. Alex Costa contestou a versão dada pelo homem, que se diz procurador do terreno. "Não tem informação sobre nada disso. Existem milhares de canais para que ele possa fazer a denúncia como a ouvidoria, MP, Polícia Civil e o serviço 1746. Nenhuma denúncia chegou até a secretaria."

Ele afirmou também que já entrou em contato com seu advogado e pretende processar o agressor por danos morais, agressão, injúria e difamação. "Vindo de um sujeito como ele, que tem inúmeras passagens pela polícia e que tomou uma atitude como a de ontem (a agressão), não tem a menor credibilidade. Vou entrar na justiça contra isso também e vou pedir que ele prove através de nomes, números e documentos de que houve essa tentativa de extorsão."

Costa está há quatro anos no cargo e afirmou ter sofrido outras ameaças. “Já sofri ameaças, mas tomei as minhas medidas. A gente toca a vida, é o meu trabalho. Isso é normal que aconteça. O fato é que a Prefeitura, a Secretaria de Ordem Pública foi agredida literalmente. Isso a gente não vai admitir, a gente tem que ser firme, isso já passou, a gente precisa virar a página. É um fato ocorrido, temos que tratar e vamos tratar, mas temos que olhar para frente e tomar as medidas administrativas necessárias. Vamos continuar as nossas ações. A Prefeitura não pode admitir esse tipo de prática, nem eu e nem qualquer outro secretário. A gente tem que atuar, olhar pra frente. As ações hoje continuam”, garantiu.

Confusão

O clima começou a esquentar logo cedo em um dos três estacionamentos fechados por equipes da Secretaria de Ordem Pública na Zona Portuária. Contrariado, Eduardo Fauzi empurrou os guardas municipais que acompanhavam a fiscalização. Ele disse ser o representante do proprietário do terreno na Rua Sousa e Silva esquina com a Avenida Venezuela. Quando o secretário de Ordem Pública se preparava para dar uma entrevista, Eduardo avançou e agrediu o secretário no rosto.

Eduardo Fauzi foi imobilizado pelos guardas municipais. Preso em flagrante, ele foi levado para a delegacia, onde foi autuado por lesão corporal. Segundo a polícia, ele já respondeu por crimes de calúnia e difamação, agressão e formação de quadrilha.

A fiscalização de estacionamentos irregulares está sendo realizada para garantir o ordenamento urbano na região e para que os terrenos públicos possam ser usados nas obras do Porto Maravilha.

De acordo com a Secretaria de Ordem Pública, o estacionamento não tinha autorização para funcionar. Portanto, foram enviados dezenas de caminhões com pedras para serem depositadas nas vagas para ter a certeza de que ficará fechado.

A Prefeitura disse que o terreno pertencia às Docas, mas foi doado ao município por decreto da presidente Dilma Rousseff, assim como outros imóveis da região para as obras de revitalização da Zona Portuária.

Na delegacia, Eduardo Fauzi apresentou uma liminar da Justiça que garante a manutenção da posse do terreno, com data de outubro de 2012. Ele também contestou a informação da prefeitura e mostrou um alvará provisório de funcionamento do estacionamento.

“A Prefeitura simplesmente ignorou essa decisão judicial, invadiu, quebrou, prendeu e expulsou as pessoas que estavam ali”, contou Eduardo Fauzi, representante do estacionamento.

Falta autorização, diz secretário

O secretário Alex Costa afirmou que o estacionamento foi interditado pois não tinha permissão para funcionar.

“Independente de qualquer tipo de titularidade, eu não estou aqui discutindo titularidade, o que a gente fez lá foi a interdição de uma atividade econômica ilegal que estava sendo exercida naquele local, ali e no terreno vizinho, um galpão. Não tem nenhum tipo de autorização da Prefeitura ou qualquer secretaria de Prefeitura para estar funcionando ali com aquela atividade econômica. Não tem projeto aprovado pela Cet-Rio dando conta da entrada e da saída de veículos. Isso tem que ser estudado, analisado por todos os órgãos da Prefeitura, inclusive pela Cet-Rio”.

Eduardo Fauzi foi solto mediante fiança. O secretário foi atendido no Hospital Souza Aguiar com ferimentos leves.

“Foi um soco muito forte, eu desfaleci um pouco, não cheguei a desmaiar, vi tudo preto na minha frente, eu não tive nenhuma oportunidade de reagir. Não vamos recuar um milímetro em relação a isso, nem na área portuária, que é uma área importante para a cidade, e nem em qualquer outra área da cidade”, afirmou Alex Costa, secretário Municipal de Ordem Pública.

Informações do G1/Bahianoar*