O reajuste de 4% no preço da gasolina nas refinarias, anunciado na última sexta-feira, 29 de novembro, pela Petrobras, é insuficiente para tornar o etanol competitivo na maioria dos Estados brasileiros. Se o preço do combustível subir na mesma proporção na bomba, ainda assim será mais vantajoso para o motorista abastecer com gasolina do que com etanol em 20 Estados e no Distrito Federal, aponta levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Hoje abastecer com etanol é vantajoso apenas em quatro Estados brasileiros – São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Paraná-, segundo dados da ANP que indicam os preços médios de etanol e gasolina nos postos de combustíveis na última semana.

A conta considera que abastecer com etanol só vale a pena quando o valor do combustível custar menos do que 70% do preço cobrado pela gasolina, já que o carro gasta mais litros de etanol para percorrer a mesma distância do que o volume utilizado de gasolina.

Considerando uma média simples dos preços cobrados pelos dois combustíveis em todos os Estados na semana passada, o reajuste da gasolina para tornar o etanol competitivo no País seria de 13,12% na bomba.

O Estado onde o etanol está em maior desvantagem em relação à gasolina é Roraima. Lá o custo médio por litro é de R$ 2,74, ante R$ 3,00 o litro da gasolina. Só valerá a pena abastecer com etanol no Estado se a gasolina subir 30%.

Já no Piauí o reajuste necessário na gasolina para motivar o consumidor a abastecer com etanol seria de 27,76% e, no Amapá e em Sergipe, de 25% e 24%, respectivamente, aponta o levantamento do Estado.

Os Estados onde há a maior possibilidade de o reajuste da gasolina fazer o dono de um carro flex trocar o combustível, hoje mais vantajoso, pelo etanol são Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Nestes Estados, basta um aumento de aproximadamente 1,3% no preço da gasolina para o etanol ser mais competitivo, segundo cálculos do Estado.

Agência Estado