Jorge Solla, secretário estadual de Saúde, disse que visa a assumir a gestão dos Hospitais Santo Antônio (Obras Sociais Irmã Dulce), Martagão Gesteira (Liga Álvaro Bahia) e Santa Izabel (Santa Casa de Misericórdia).

Os constantes atrasos da prefeitura no repasse de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) motivaram a intenção.

O único hospital pediátrico do estado com atendimento 100% SUS teve uma crise que provocou a suspensão do atendimento, por conta da demora na transferência das verbas federais.

De acordo com a administração do Martagão Gesteira, a prefeitura deixou de repassar os valores desde o ano passado, acumulando uma dívida de R$ 2 milhões.

Diante da situação, foram suspensos atendimentos médicos nas áreas de neurologia, oncologia, pneumologia, otorrinolaringologia e gastroenterologia, além dos casos de emergência.

O secretário disse que a iniciativa integra o plano estratégico apresentado ao Ministério da Saúde com o intuito de melhorar a saúde pública no estado e ressaltou que negocia com o ministério o pagamento de dívida de R$ 30 milhões das filantrópicas – metade é das Obras Sociais Irmã Dulce –, além da ampliação dos recursos destinados a elas.

 
“Esta proposta já existe em cidades como São Paulo e Recife, onde o município é responsável pelas instituições filantrópicas de saúde.

Aqui, estamos propondo administrar apenas três das 14 existentes”, destacou Solla.

Para ele, o fato de o Martagão ser o único hospital pediátrico 100% SUS pesou na escolha, assim como o Santo Antônio, que também tem o seu atendimento totalmente voltado à rede pública.

“O Santa Izabel é um hospital voltado aos procedimentos de alta complexidade, principalmente na área de cardiologia”, ressaltou.

 
EMENDA 29 – Gilberto José, secretário municipal de Saúde, reforçou que não abre mão de gerir os filantrópicos na capital baiana, destacando que qualquer medida nesse sentido só poderá ser tomada após a aprovação da Emenda 29, que estabelece percentuais mínimos a serem investidos anualmente por União, estados e municípios.

Ele reafirmou que a pasta tem um déficit mensal de R$ 6 milhões.

 
Os atendimentos de média e alta complexidade exigem mais investimentos, segundo ele, que atribui o estouro do orçamento ao atendimento de pessoas residentes no interior do estado, cabendo à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) arcar com esses custos.

A SMS movimenta entre R$ 22 milhões e R$ 26 milhões por mês, o que, segundo ele, ainda é insuficiente para atender as necessidades.

 
*Com informações: Tribuna da Bahia