Manifestantes do grupo ambientalista Greenpeace promoveram na manhã  da segunda-feira (30) um protesto contra a aprovação da reforma do Código Florestal pela Câmara dos Deputados.

Cerca de dez ambientalistas se reuniram na porta de um hotel na região central de São Paulo, onde ocorre o 21º Fórum da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

“Os mandantes deste crime estão reunidos aqui hoje”, afirmou o diretor-executivo do Greenpeace, Marcelo Furtado.

Os manifestantes levaram duas faixas com os dizeres “Fórum dos donos da motosserra” e “Código Florestal: o que é ruim para o Brasil”, esta segunda frase em referência ao título do fórum organizado pela associação – “Código Florestal: O que é bom para o Brasil?”.

Um dos ambientalistas vestia terno e gravata e manejava uma motosserra.

Após meia hora de manifestação, um representante do agronegócio recebeu dos manifestantes uma das faixas.

A polícia foi chamada, mas só chegou quando o protesto já havia terminado.

De acordo com Furtado, o protesto não significa que a entidade seja contra a produção agrícola no País.

“Os ambientalistas não são contra a produção de alimentos e o agronegócio brasileiro”, afirmou.

“Mas essa discussão, às custas de comprometer as florestas, é um atraso”.

O ambientalista criticou os que tentam impor ao País “a agricultura a qualquer preço”.

Cerca de 160 representantes do agronegócio estão reunidos nesta manhã para discutir o projeto do Código Florestal recém-aprovado.

O relator do projeto, deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), era esperado para o encontro, mas não apareceu.

Para o Greenpeace, a aprovação do projeto do novo Código Florestal compromete as metas do País de preservação do meio ambiente.

“Com este projeto, o Brasil não tem condição de cumprir seu compromisso internacional”, avaliou Furtado.

De acordo com ele, existe uma preocupação dos ambientalistas com a continuidade da discussão do projeto, agora no Senado.

“Estamos muito preocupados com o que vai acontecer no Senado”, disse.

O ambientalista lembrou que a presidente Dilma Rousseff se comprometeu a não aceitar anistia e aumento de desmatamento, mas a base aliada não seguiu a orientação do governo na votação na Câmara.

Furtado acredita que o projeto, da forma como está, estimula o aumento da violência no campo.

“Temos uma série de assassinatos ocorrendo no campo em todo o País porque a palavra de ordem é: Vamos desmatar e acreditar na impunidade.

Isso precisa acabar”.

* Fonte: A Tarde