Em contato com o portal Bahia No Ar, membros da Comissão de Negociação da Campanha Salarial 2014 da Superintendência de Trânsito e Transporte de Camaçari, declararam que há uma contradição entre o que o Superintendente disse em entrevista ao BNA e às últimas atitudes tomadas referente à paralisação. Em greve por tempo indeterminado desde o dia 21 de março, os servidores alegam ter recebido notificação da Justiça, referente a um processo impetrado pela STT no dia 27 de março, solicitando a manutenção de 30% do quadro de funcionários em atividade.

"Isso contradiz o que o próprio superintendente disse na entrevista concedida ao Bahia no Ar, no dia 25 de março. Na ocasião, ele afirmou que apenas uma minoria ('40% do quadro total de 126 servidores') estava em greve, sendo que, agora, ele exige um percentual mínimo em atividade. Além disso, queríamos deixar claro que, desde o início, estamos cumprindo com os 30% do quadro de funcionários. Iremos nos manifestar, agora, na Justiça", explica o membro da Comissão, Agente Correia, em entrevista exclusiva ao Bahia no Ar.

Divergências

Outro ponto questionado por Correia refere-se à formação da Comissão. "Sem reconhecer nenhum dos sindicatos de Camaçari, Claudécio propôs que formássemos uma comissão, para discutirmos exclusivamente a Campanha Salarial dos servidores. Não estavam inclusos assuntos envolvendo outras negociações com o prefeito Ademar Delgado", destaca.

O membro da comissão também denunciou corte de salários: "Enquanto o governo publicava que estava aberto a negociações, deram até 22 dias de falta em servidor, com funcionário ganhando R$ 32 de salário. O desconto é indevido, porque a greve foi deflagrada em 21 de março, depois do fechamento da folha. Teve gente que levou falta de dezembro".

Correia ainda afirma ter sofrido pressão para que o grupo finalizasse a greve. "Ontem, depois de muita insistência, conseguimos apresentar uma proposta e fomos condicionados: uma reunião seria marcada para amanhã (10), 14h, se suspendêssemos a greve. É uma situação difícil e, por isso, em nome da Comissão, gostaria de pedir desculpas à população pelo desconforto e dizer que estamos tentando resolver a situação com urgência", finaliza.

Superintendente nega que corte aconteceu por conta da greve

O Superintendente da STT, Claudécio Taroba, também em contato exclusivo com portal Bahia No Ar, negou que o corte tenha ocorrido por conta da greve. “Ainda não houve corte por conta da greve. O que aconteceu foi o desconto dos 3 dias de paralisação, antes da greve. No que se refere aqueles que receberam apenas R$ 32 de salário, isso aconteceu porque não assinaram a folha de freqüência”, defendeu-se.

E mais uma vez, o superintendente falou sobre a ilegalidade da greve. “Eles formaram uma comissão, sugerida por mim, para tratar da STT, e não fazer uma greve. Essa greve não tem legitimidade, pois para tratar das questões gerais só com um sindicato”, contou.

Quanto às negociações, Taroba informou já ter se reunido cerca de 10 vezes com a comissão, sem sucesso.

Reivindicações

Dentre as reclamações e benefícios requeridos pelos agentes, está o repasse por insalubridade, segurança, pontos de apoio com sanitários e disponibilização de protetor solar, uma vez que atuam expostos às condições climáticas, muitas vezes sob sol forte. Eles alegam ainda que o efetivo está muito abaixo do que atenderia devidamente o município. Segundo informações de uma servidora, o quadro é composto por 129 profissionais, divididos entre 75 agentes de trânsito, 39 de transporte e 15 do setor administrativo.