A Polícia Civil de Minas Gerais e o MPE (Ministério Público Estadual) realizaram ação conjunta que resultou na prisão de um grupo acusado de fraudar vestibulares de medicina e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Conforme o superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, Jeferson Botelho, há suspeita de que o Enem tenha sido fraudado em cinco Estados. No entanto, ele não adiantou se a suspeita recai sobre a última edição do exame, feita nos dias 8 e 9 deste mês.

Segundo a polícia, 11 pessoas que seriam integrantes da quadrilha, além de 22 candidatos, foram presos neste domingo (23), em Belo Horizonte, durante o vestibular da Faculdade de Ciências Medicas de Minas Gerais. A quadrilha vinha sendo monitorada havia sete meses.

Os interessados nas vagas do curso de medicina, conforme as investigações, pagavam aos integrantes da quadrilha valores entre R$ 70 mil e R$ 200 mil.

Nesta segunda-feira (24), a assessoria da polícia informou que duas equipes cumprem diligências nas cidades de Teófilo Otoni (MG) e no Guarujá (SP). Conforme o setor, já foram apreendidos carros de luxo, dinheiro e gabaritos de provas que comprovariam as fraudes.

A investigação apontou que os acusados de serem líderes do grupo são mineiros, sendo que um reside em Teófilo Otoni e, o outro, no Guarujá. Entre os detidos, há um policial civil lotado na cidade de Governador Valadares (no leste de Minas Gerais).

Micropontos eletrônicos

A polícia informou que a quadrilha agia colocando pessoas para fazerem parte das provas rapidamente, os chamados "pilotos". Em seguida, eles saiam com as questões resolvidas e repassavam as respostas aos candidatos por meio de transmissão eletrônica. O equipamento, ainda segundo a polícia, era composto por micropontos eletrônicos e "moderno sistema de transmissão de dados". Ele teria sido adquirido na China pelo valor de 200 mil dólares.

A assessoria informou que os autos de prisão em flagrante estão sendo formalizados e o resultado final da operação, intitulada Hemostase II, será divulgada nos próximos dias.

A primeira operação, feita no ano passado e denominada Hemostase I, havia desbaratado uma quadrilha que também fraudava vestibulares de medicina. Como houve indícios de que o Enem também teria sido fraudado, o caso foi repassado para a PF (Polícia Federal).

Segurança

Em nota, o Inep disse que a segurança do Enem é feita pela Polícia Federal antes, durante e após a aplicação dos testes. "Nesta edição, o Inep eliminou 1.519 participantes por tentativa de fraudes, além das prisões realizadas pela PF", afirma.

Sobre o caso investigado em Minas Gerais, o Inep informou que "não recebeu da Polícia Federal, até o momento, qualquer informação ou suposta relação dele com Enem".

*Uol