A versão do pai que afirmou que sua filha recém nascida se mexeu durante o velório, após ter a morte atestada por funcionário do Hospital Moreira Lisboa, em Itanhem, foi contestada pelo diretor da unidade, Oséas Moreira Lisboa.

A mãe da menina estava no sétimo mês da gestação de gêmeas e na noite do sábado (19) deu à luz. Segundo o hospital, a primeira criança já estava sem vida há 72 horas quando saiu do útero. A outra menina sobreviveu por aproximadamente 20 horas e o pai foi chamado na noite do domingo para buscar o corpo. "Ela estava arroxeada, não tinha pulso, não tinha movimento cardíaco e não respirava", explica Lisboa.

Mas Neilton Barbosa dos Santos, 36 anos, atesta que sua filha se mexeu e suspirou enquanto sua mãe a vestia para o velório. O homem voltou para o hospital e o óbito foi confirmado novamente. Ele reclama também de mau atendimento na unidade.

O diretor afirma que o hospital não tinha condições de atender um caso como o da filha de Neilton Enquanto ela estava viva, o Lisboa diz que chegou a pedir transferência do bebê para a Unidade Materna Infantil, em Teixeira de Freitas, mas o pedido foi negado por não haver vaga.

"Em Teixeira de Freitas, ela receberia atendimento de uma UTI Neonatal, além de médicos e uma equipe de enfermagem especializada. Com a estrutura que a gente oferece em Itanhém, ela não tinha como sobreviver", explica, acrescentando que a equipe fez o que era possível. "Passamos a noite com a criança em berço aquecido, colocando oxigênio e demos leite materno".

O pai e outras testemunhas que estavam no velório prestaram depoimento na delegacia de Itanhém. Segundo o delegado da 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior (8ª Coorpin/Teixeira de Freitas), Cléber Eduardo Gonçalves, enfermeiros e médicos envolvidos serão ouvidos para as investigações.

"A delegacia já ouviu várias pessoas, mas a gente ainda não sabe exatamente como aconteceu a situação, se a menina estava realmente morta na hora que o pai pegou ela no hospital. Vamos ouvir mais pessoas para saber se a polícia vai ou não intervir no caso", pontua o delegado.

Maria das Dores Rodrigues da Silva, 33 anos, mãe da criança teve alta na última segunda-feira e já está em casa.

Redação Bahia no Ar