Rejane Carneiro

Foi encontrado morto na manhã deste domingo, 2, por volta das 10h, o ator, bailarino e coreógrafo Augusto Omolú, que era assistente de direção do Balé do Teatro Castro Alves (TCA). Segundo a polícia, o corpo foi achado pelo caseiro, em sua chácara, na região de Buraquinho, localizado no município de Lauro de Freitas. Ele estava usando somente uma cueca e apresentava perfurações de faca.

Augusto Omolú, que estava em um bar no município de Portão, teria saído sozinho do local e voltado para a casa em Buraquinho. "Ele foi encontrado morto logo cedo. Pelo que eu sei, havia perfurações de faca em várias partes do corpo e sangue espalhado por toda a casa", explica Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB).

Uma equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT) está no local do crime e realiza perícia no corpo. A polícia suspeita de que Augusto estivesse acompanhado durante o trajeto para casa. Conforme informações iniciais, ele havia consumido bebida alcoólica.

O sobrinho de Augusto, Andersom Cupim, lamentou o assassinato em seu perfil no Facebook. "Meu tio, minha vida. Deus, traz ele pra mim, por favor… Minha inspiração. Cresci vendo esse homem oferecer arte. Quem foram os monstros capazes de fazer isso com vc, tio?", escreveu.

Já o ator Dody Só, amigo de Augusto, mostrou sua indignação com o ocorrido. "Quero registrar minha indignação com a violência cada vez maior aqui na Bahia. Dessa vez vitimou um dos maiores bailarinos da história do Brasil. O que fazer para que essa violência tenha um controle?", questionou.

Em entrevistra ao Portal A TARDE, o fundador e diretor geral do Balé Folclórico da Bahia, Vavá Botelho, revelou que o grupo está remontando a coreografia "Dança de Origem", criada por Augusto há 25 anos. "Esta foi a primeira coreografia de um balé apresentanda na Bahia. “Estávamos montando o espetáculo novamente", ressaltou o diretor.

Já o presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, comentou a morte de Augusto em seu perfil no Twitter. "Lamentável. Uma perda para a dança, para a cultura da negritude, para a Bahia e o Brasil", escreveu.
Augusto Omolú foi um dos fundadores e professor da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), diretor artístico e coreógrafo do grupo anfitrião do Carnaval de Nice (França), em 1991, com Gilberto Gil.

Professor e coreógrafo do Balé Folclórico da Bahia, desde 1993 é membro colaborador da Ista (International School of Theatre Anthropology), dirigido por Eugenio Barba. Desde 2002 tem realizado espetáculos e seminários tendo por base a Dança dos Orixás na Europa e Estados Unidos. Após passar quase uma década morando na Dinamarca, Augusto retornou à Bahia há três anos. *A Tarde