Ao tentar renovar seu passaporte, nesta terça-feira (15), a jornalista Lília de Souza passou por constrangimento em uma unidade da Polícia Federal (PF), no SAC do Salvador Shopping.

Na manhã desta quarta-feira 916), ela postou em seu perfil no Facebook um ralo intitulado "Sistema da PF não aceitou meu cabelo black power para foto de passaporte". Ela afirmou que chegou na unidade às 9h, mas só conseguiu ser atendida às 16h.

Segundo Lília, quando finalmente foi atendida, o sitema não aceitava o registro da foto. "Então a policial me disse que o problema era o meu cabelo. O meu cabelo é black power e o sistema não aceita a imagem. Fiquei muito constrangida. Eu ainda insisti em fazer a foto com o meu cabelo solto, ela tentou algumas vezes e o sistema não permitiu. Tive que prender meu cabelo com uma borracha daquelas de escritório, que eles arrumaram e me deram", publicou.

Após conseguir tirar a foto com o cabelo preso, a jornalista saiu da unidade chorando e se sentindo arrasa. "Revoltada, voltei ao local depois de alguns minutos para protestar. O coordenador não estava. Conversei com duas policiais que disseram para mim que isso sempre acontecia com pessoas com o cabelo como o meu", contou. Lília adirmou que as policiais disseram que pessoas negras, de pele muito escura, também precisavam ter suas fotos clareadas por causa das restrições do sistema.

Através da internet, a mulher fez uma denúncia a Ouvidoria da Polícia Federal, e está estudando quais os encaminhamentos para o caso. A assessoria de imprensa a Secretaria de Administração da Bahia, à qual o SAC está vinculado, informou que as unidades que funcionam dentro do órgão tem seus procedimentos de funcionamento e realização de serviço próprios.

A assessoria da Polícia Federal, em Brasília, disse que existe algumas recomendações na hora de tirar a foto, mas que desconhece o problema com cabelos black power. O caso será investigado pela Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia.

Redação Bahia no Ar